Ainda há margem para evolução do preço do boi gordo no Rio Grande do Sul, ao contrário do que vem ocorrendo no Centro-Oeste, onde a cotação se mantém praticamente inalterada desde o final de janeiro. A análise é do coordenador do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (NESPro) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Júlio Barcellos. Nas primeiras oito semanas de 2021, afirma o professor, o quilo do boi vivo subiu 12%, saindo de R$ 8,66 no início de janeiro para R$ 9,64 na quarta semana de fevereiro.
Mesmo com o registro de queda no consumo, de acordo com Barcellos, os preços se mantêm firmes porque o produtor não está pressionado a vender como em outros anos e tem excelentes condições de pastagem para reter seu rebanho. Além disso, o pecuarista também aguarda melhores condições de compra de gado de reposição, terneiros ou bois magros, ambos muito caros no momento. O professor acredita que este ajuste na oferta deve se manter pelo menos até o final de março, quando os preços, aí sim, tendem a se estabilizar, com uma possível melhora no consumo, caso seja aprovado o novo auxílio emergencial.
Felipe Fabri, analista de mercado da Scot Consultoria, acredita que o mercado nacional do boi gordo se manterá estável até o final de abril. Segundo ele, no Centro do país a arroba está cotada por volta dos R$ 300,00 desde o final de janeiro. “Temos queda do consumo no mercado interno e exportações mais compassadas, o que é típico para este período do ano”, aponta.
Nereida Vergara