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Verão

Especial

Primavera começa sob efeito do La Niña no Estado

Apesar da previsão de chuvas abaixo da média até novembro, meteorologistas descartam grande impacto na safra de verão

A chegada da primavera nesta quinta-feira (22) assinala a largada no plantio das principais culturas de verão no país. Para a Região Sul, a nova estação deverá significar chuvas abaixo da média histórica nos próximos três meses, o que poderá afetar o início da safra de grãos, de acordo com o Prognóstico Climático do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgado na terça pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os acúmulos de chuva registrados desde a segunda quinzena de agosto, porém, têm mantido o armazenamento de água no solo acima de 50% em grande parte da área, o que ajudaria a reduzir o impacto nas fases iniciais dos cultivos, informou a pasta.

A mudança no padrão de precipitação é atribuída à provável continuidade do fenômeno La Niña, responsável pela estiagem que frustrou a safra gaúcha no último verão. Para o Rio Grande do Sul, a primavera indica níveis de chuva inferiores à média em outubro e novembro na maioria das regiões, com chuvas mais regulares e próximas do patamar histórico em dezembro, segundo o meteorologista Flavio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro). “Não são esperados períodos muito prolongados sem chuva, ou seja, no próximo trimestre não deverão ocorrer estiagens intensas e extensas em todo o Estado”, destaca.

Com relação à temperatura, as previsões sugerem valores abaixo da média em outubro, o que pode ocasionar eventos de geadas isoladas. Em novembro e dezembro, detalha Varone, a tendência é de aquecimento gradativo em todas as regiões do Estado, com pequenas ondas de calor. Mesmo com a expectativa de frio relativo no começo da primavera e de chuvas irregulares ao longo da estação, as condições serão favoráveis para o plantio da safra de verão. “Não deverá faltar umidade, e o calor excessivo deverá ocorrer somente no decorrer de dezembro, quando são esperadas chuvas mais regulares e mais expressivas em todas as regiões”, diz o coordenador do Simagro.

A meteorologista Ivonete Tazzo, pesquisadora do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), destaca que chuvas dentro ou abaixo da média para os meses de primavera não necessariamente sinalizam problemas para as culturas. “O período crítico é o reprodutivo, principalmente floração e enchimento de grãos, e esse é um período relativamente curto”, explica. Para reduzir a chance de riscos, Ivonete recomenda que o produtor leve em consideração o zoneamento agrícola e, quando possível, adote medidas como o escalonamento da semeadura e a irrigação no período crítico.

Para a meteorologista Jossana Ceolin Cera, do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a perspectiva de chuvas abaixo da média até dezembro traz preocupação aos agricultores no que diz respeito ao estabelecimento das lavouras, tanto a de arroz, quanto a de soja no sistema de rotação. “Quanto à irrigação, momentaneamente não se tem riscos, pois os reservatórios estão cheios. A regional (do Irga) que ainda possui reservatórios com nível mais baixo é a Fronteira Oeste”, afirma Jossana. Esses riscos, segundo a meteorologista, podem se agravar caso as chuvas fiquem abaixo do patamar médio também durante o verão.

Patrícia Feiten