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Verão

Especial

Programa Duas Safras prevê reflexos no PIB do Rio Grande do Sul

Lançada ontem no Palácio Piratini, iniciativa da Farsul e entidades do agro gaúcho pretende ampliar cultivos de inverno no Estado

Governador Ranolfo Vieira Júnior, em pé, participou da cerimônia | Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini/Divulgação

A deficiência histórica na produção de milho, base das rações animais, impediu que, na última década, a pecuária do Rio Grande do Sul crescesse. Para preencher esta lacuna, desde o ano passado a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), em parceria com entidades dos setores de suinocultura e da avicultura e da Embrapa, vem trabalhando no Programa Duas Safras, lançado oficialmente ontem em cerimônia com a presença do governador Ranolfo Vieira Junior, no Palácio Piratini. O programa, frisa o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, pode acrescentar ao Produto Interno Bruto do Estado R$ 31,9 bilhões, quantia maior que todo o PIB gerado pelo Estado da Paraíba, por exemplo.

A principal estratégia do Duas Safras é aumentar a área plantada no Estado com culturas de inverno e fomentar o plantio de milho irrigado na Metade Sul. Hoje, o Rio Grande Sul produz grãos em cerca de 9 milhões de hectares na safra de verão, extensão que no inverno é de pouco mais de 1 milhão de hectares. Com o incremento na produção de culturas de inverno, além do trigo, canola, aveia e outros, Da Luz explica que será possível aumentar a produção de suínos e aves e de gado de corte e leiteiro, com mais alimento disponível. Segundo ele, se já estivesse ampliada a área plantada no inverno de 1 milhão de hectares para 4 milhões de hectares, meta do programa, a bovinocultura de corte e leite teria aumentado seu Valor Bruto de Produção (VBP) em R$ 986 milhões entre 2011 e 2020. A suinocultura, R$1,7 bilhão, e a avicultura R$ 989 milhões.

Entusiasmado, o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, acredita que o Duas Safras é uma chance de praticar a “ousadia”no Rio Grande do Sul. “Ao combatermos a tradicional falta de milho no mercado gaúcho, fortaleceremos a cadeia de produção animal e atuaremos para o maior desenvolvimento de cadeias importantes da economia gaúcha”, destaca. Em maio, a Farsul começa as apresentações do programa ao produtor em suas regionais. Pereira esclarece que do ponto de vista de recursos para fazer a ampliação da safra de inverno ainda pode haver alguma dificuldade neste ano. Porém, ele diz que as ações previstas no programa devem ser realizadas dentro do Plano Safra 2022/2023, que será anunciado em junho.

A ideia de aumentar o número de safras no Estado foi levantada pelo ex-ministro e ex-presidente da Associação Brasileira de Proteína Anima, (ABPA), Francisco Turra. Com a participação de unidades da Embrapa no Estado, Turra invocou estudos que mostram tecnologias de ampliação da produção do trigo e do milho e o aproveitamento desta produção pelas indústrias de aves e suínos.


O economista Antônio da Luz, ao encerrar a apresentação, fez questão de pontuar que o Duas Safras vai beneficiar a agropecuária, mas que é maior que isso. “O lucro para dentro da porteira existirá, mas com reflexo em muitos ramos da indústria e dos serviços. Não é um programa para o agro, é um programa para a economia”, completou.

Nereida Vergara