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Verão

Especial

Proprietários do setor pecuário se adaptam ao novo modelo de inspeção privada

Produtores acreditam que sistema vai possibilitar mais investimentos e aumentar competitividade do setor

Inspetor privado terá que repassar ao fiscal público todos os dados de rotina da indústria | Foto: Fernando Dias / Divulgação / CP
A Indústria e Comércio de Carnes Vendrame, de Mariano Moro, na região do Alto Uruguai, está entre as empresas que já negociam a contratação da inspeção privada. O proprietário, Armando Vendrame, diz que a ideia é “liberar” o abatedouro da dependência do fiscal estadual, que nem sempre está disponível por atuar praticamente sozinho em toda a região. O empresário explica que, atualmente, não consegue trabalhar aos sábados ou feriados e nem aumentar os abates por conta da dificuldade de ter um servidor público no local em tempo integral.

Prestes a contar com um inspetor privado, Vendrame já planejou a ampliação das atividades e instalou, nos últimos dias, novas câmaras frias para triplicar o número de animais abatidos diariamente, de 29 para 92 bois ou de 67 para 200 suínos. “Queremos que o veterinário privado nos ajude a continuar fazendo a coisa certa. Vamos preservar isso porque há 20 anos estamos no mercado, primando por qualidade”, enfatiza.

A empresa Frigofar Indústria de Alimentos, de Farroupilha, na Serra Gaúcha, também deu início a uma pesquisa de preços junto aos prestadores do serviço para tentar fechar a contratação de um profissional habilitado. “O Estado nunca se negou a nos atender, não há falta de vontade das pessoas, mas o roteiro a ser seguido (pelos fiscais) é muito engessado e moroso”, justifica o executivo Álvaro Albino, pontuando que o setor de proteína animal precisa, muitas vezes, de retornos mais rápidos para não perder oportunidades no mercado. Albino também destaca que a opção pelo serviço privado deve-se a um quadro de escassez de servidores públicos que ele acredita que se agravará com o passar do tempo.

De modo geral, representantes do setor do agronegócio elogiam a iniciativa do Estado de implementar o novo modelo de inspeção. Para o presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado (Sicadergs), Ronei Lauxen, a novidade aparece como alternativa para as empresas que não tinham como ampliar suas jornadas de trabalho ou abrir novas plantas, já que o poder público não dispunha de fiscais para acompanhar o avanço desejado.

O dirigente acredita que não haverá prejuízo à imagem dos frigoríficos que adotarem a inspeção terceirizada. “Não vejo risco nenhum. As empresas vão ser inspecionadas por veterinários treinados e não haverá alteração nos procedimentos que já existem hoje”, ressalta.

O diretor executivo da Associação Gaú-cha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, diz que a modernização da inspeção é bem-vinda. “Não podemos ficar reféns de conceitos conservadores, quando o objetivo comum é aumentar a competitividade do Estado, e de maneira nenhuma desconsiderar o órgão público, que será o grande gestor e auditor da inspeção privada”, avalia.

O presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, considera o novo modelo seguro porque se baseou em iniciativas que existem há mais tempo nos estados de Santa Catarina e Paraná e também em outros países. “Um veterinário contratado fez o curso de Medicina Veterinária e os treinamentos tanto quanto o servidor público. Por que ele aceitaria algo que esteja em desacordo, se ele pode ser responsabilizado por aquilo?”, questiona.

Cíntia Marchi