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RS tem participação modesta em recorde nacional de exportação de soja

Estiagem nos últimos dois anos, menor negociação antecipada e falta de estoque afetam desempenho do Estado

Exportação brasileira de soja atingiu 22,09 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2024 | Foto: CNA/ Wenderson Araujo/ Trilux /CP

Terceiro maior estado exportador de soja do país, o Rio Grande do Sul contribuiu com apenas 2,25% do volume recorde da oleaginosa embarcado no Brasil no primeiro trimestre de 2024. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), 22,09 milhões de toneladas de soja em grão foram despachadas dos portos nacionais nos três primeiros meses do ano, superando em 15,7% as 19,1 milhões de toneladas do mesmo período de 2023. Pelo porto de Rio Grande, na contabilidade do Cepea, passaram 498 mil toneladas até o encerramento de março de 2024. Os números gaúchos estão próximos aos registrados no primeiro trimestre de 2023, com 436,7 mil toneladas, representando 2,29% do total exportado pelo país.

O economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antonio da Luz, explica que a participação modesta do Rio Grande do Sul decorre do calendário de colheita, baixo estoque do grão e menor ocorrência de vendas antecipadas na comparação com outras unidades da federação. “Nesse momento, praticamente só o Rio Grande do Sul está colhendo. Os demais Estados já colheram ou estão finalizando, logo têm mais produto disponível. Além disso pesa contra o RS a estiagem, pois só teremos produto para vender quando colhermos, dada a baixíssima produção dos dois últimos anos. Também contribui para o resultado o Brasil ter chegado em março com cerca de 30% de vendas antecipadas e o RS apenas 12%”, diz.

Preços baixos

Segundo pesquisadores do Cepea/USP, o bom ritmo das vendas externas reflete as negociações de contratos a termo, realizados ainda em 2023. “É o maior volume já exportado no histórico do período”, afirma Débora Kelen Pereira da Silva, analista da instituição para o mercado de soja, referindo aos 22,09 milhões de toneladas. Débora salienta que também o farelo de soja atingiu um patamar inédito de exportação, com 5,2 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2024, alta de 15% em relação aos 4,5 milhões de toneladas no mesmo período de 2023.

Débora prevê a continuidade das exportações elevadas nos próximos meses, em razão da valorização do dólar frente ao real. Também contribui o preço médio praticado nas vendas externas, de R$ 136,30 a saca de 60 quilos, o menor para o período desde 2019, em termos reais, com deflacionamento pelo IGP-DI de março de 2024. Maior oferta global e a possibilidade da Argentina dobrar sua produção em relação ao ano passado tendem a manter a tendência baixista dos preços. Da Luz, por sua vez, acredita que o Rio Grande do Sul recupere sua participação nas exportações com a conclusão da colheita.

O principal consumidor da soja brasileira é a China, responsável por 75% das compras. O segundo colocado no ranking é a Espanha, com 3%. Para o farelo de soja, Indonésia e Tailândia são os dois maiores mercados para o produto nacional. O porto de Santos (SP) movimentou 36% da soja embarcada, seguido pelo porto de Paranaguá (PR), com 16%, e o de Belém (PA), com 11%.

Poti Silveira Campos