A inovação na saúde e o surgimento de adventos tecnológicos, como a inteligência artificial, aquecem os debates na Medicina. O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do RS (Cremers), Eduardo Neubarth Trindade, acredita que a inteligência artificial não veio para substituir o profissional médico, mas para auxiliar e deve ser incorporada à atividade médica. “As sociedades médicas, as associações médicas e a academia devem orientar e auxiliar na incorporação da tecnologia à Medicina, para que a IA seja utilizada sempre em benefício do paciente, de forma clara e ética.”
Nesse aspecto, os grandes avanços tecnológicos têm garantido a melhor qualidade de vida das pessoas. “Os desafios da Medicina são, além da longevidade, a garantia da qualidade de vida. Sem dúvida alguma, temos que estar preparados para incorporar as novas tecnologias ao exercício profissional diário, buscando o benefício dos pacientes.” Outros desafios se fazem presentes, como a falta de estrutura para exercer a melhor Medicina e para oferecer o melhor atendimento para a população. “Não faltam médicos, falta estrutura para garantir a fixação dos médicos que querem atender de forma adequada aos seus pacientes – exames, leitos, unidades de saúde.”
Além disso, observa-se o aumento do exercício ilegal da Medicina e as complicações decorrentes dessas atividades chegando aos consultórios e aos hospitais. “São muitas outras profissões e atividades sem a devida qualificação técnica infringindo e atacando as prerrogativas médicas e colocando em risco a saúde das pessoas. Não podemos e não vamos ficar de braços cruzados frente a esse desafio”, garante Trindade.
Para o presidente do Cremers, o Dia do Médico traz um momento de comemoração, pela alegria e pelo orgulho de ser médico. Mas o dia também exige a reflexão, “tanto para os médicos quanto para a sociedade, sobre essa complexa e belíssima atividade, que mescla ciência e humanidade, e responsabilidade e comprometimento com a vida acima de tudo”.
É importante que haja um sistema de saúde estruturado, com bons hospitais e com equipes multidisciplinares capacitadas e habilitadas, pois, durante a pandemia, conforme Trindade, uma das coisas observadas foi que as Unidades de Terapia Intensiva que contavam com médicos com formação adequada apresentaram melhores resultados.
Correio do Povo