Sete pacientes que haviam sido transferidos do Hospital Independência, bairro Agronomia, zona Leste de Porto Alegre, para os hospitais de Pronto Socorro (HPS), Vila Nova, Santa Casa e Cristo Redentor, além da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Moacyr Scilar, devem retornar ainda hoje para o Independência, depois dos dois incêndios que destruíram o interior do edifício anexo na noite de segunda-feira e manhã desta terça.
O segundo foco foi por volta das 7h50min desta terça, quando funcionários da portaria contaram ter visto novamente fumaça preta saindo do segundo andar do prédio e acionaram o Corpo de Bombeiros, que retornaram rapidamente. Segundo eles, a mesma equipe de agentes que havia estado à noite e a madrugada toda anteriores combatendo o primeiro incêndio, foi a que voltou em seguida. Do lado de fora do complexo do hospital, era possível ver na manhã desta terça paredes externas chamuscadas e janelas quebradas, e um cheiro de itens queimados.
Conforme o diretor técnico do Independência, Angelo Giugliani Chaves, algumas pessoas que estavam com consultas marcadas para hoje no hospital temeram por novas ocorrências, e terão suas consultas remarcadas. Depois do rescaldo, o próximo passo é a reconstrução. “Ainda é muito cedo para fazermos uma avaliação, e também não conseguimos mensurar os prejuízos. É importante dizer que a comunidade precisa de mais hospitais. Provavelmente vamos atuar junto à Prefeitura e às empresas parceiras para buscar algum tipo de apoio para esta retomada”, afirmou Chaves.
Integrante da Rede de Saúde Divina Providência e regulado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o hospital, referência de atendimentos em traumatologia e ortopedia funciona como uma retaguarda ao HPS, e hoje, estava com atendimento normal de cirurgias, consultas e fisioterapias em seu prédio principal, junto à avenida Antônio de Carvalho. O edifício destruído, onde há as unidades de internação 4 e 5, tem 40 leitos de pré e pós-operatório, que haviam sido cedidos por empresas privadas, assim como o prédio em si, inaugurado em 2020 originalmente para atendimento de pacientes suspeitos de Covid-19.
Destes, 34 estavam ocupados na noite de segunda, quando o primeiro incêndio teve início, por pacientes que já haviam feito cirurgias, e receberiam alta em breve. Outros ainda fariam cirurgias eletivas. Todos foram retirados sem ferimentos. Conforme Chaves, a atuação da Brigada de Incêndio foi fundamental para não haver feridos. Hoje pela manhã, técnicos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) estiveram no edifício e trabalharam na vistoria.
O laudo deverá ser concluído em alguns dias. A assessoria de Comunicação do Divina Providência disse que as causas do fogo ainda são desconhecidas, e conforme o diretor, o fogo teria iniciado em um quarto e em um corredor próximo. O edifício anexo tem saída para a avenida Ipiranga, cujo acesso, exclusivo para funcionários, estava interditado. A entrada foi restrita ao acesso principal, na Antônio de Carvalho.
Felipe Faleiro