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Arroio do Sal: balneários são batizados com nomes de lugares da Serra gaúcha

Estima-se que cerca de 80% dos turistas na cidade sejam da região da Serra do Estado

Estima-se que cerca de 80% dos turistas na cidade sejam da região da Serra do Estado | Foto: Guilherme Almeida

O “r” a menos no sotaque, que reduz “terra” a “tera” e “arroz” a “aroz”, não engana. Tratam-se de pessoas que saíram da Serra gaúcha, pegaram a BR-453 (Rota do Sol) e chegaram em Arroio do Sal, o maior município do litoral Norte do RS, com seus 27 quilômetros de extensão e com 32 balneários. Algumas destas pequenas praias ganharam nomes ligados às regiões dos gringos do RS que, segundo se estima, representam cerca de 80% dos turistas na cidade.

Azedi Sparremberger é nascida em Três Forquilhas, no Norte do Estado, mas comanda um mercado chamado Rota do Sol em um balneário de mesmo nome, em Arroio do Sal. “Vem bastante gente da Serra e de outras regiões também. Mas, já foram embora. Ficaram um dois ou três para contar a história”, lamenta. Faltando alguns dias para o Carnaval, ao menos, no calendário, viu os clientes partirem, derrubando o seu faturamento. “Nos próximos dias, vou ter que fechar o mercado”, conta.

Foto: Guilherme Almeida

Um pouco mais adiante, outro cliente em potencial também se prepara para carregar o porta-malas a fim de pegar a estrada. O serralheiro Ailton Hoffmann, 49 anos, é de Gramado e alterna semanas entre a terra natal e o balneário de Bom Jesus, homônimo da cidade do nordeste do Estado. “Temos casa aqui e gostamos de visitar outras cidade, parques, praias para conhecer”, conta, na residência de esquina a 500 metros da orla.

Quem saiu de Caxias do Sul para ficar definitivamente no balneário Bom Jesus foi o casal Erli e Pedro Lazzari. Aposentados, decidiram deixar para trás a cidade, apesar da contrariedade do filho, que continuou na Serra. “Nós é que fomos os rebeldes e saímos de casa”, brincou Erli, que disse fugir da agitação e da insegurança do segundo maior PIB do RS para encontrar a tranquilidade de Arroio do Sal. Ao contrário do que se pode pensar, a distância estreitou ainda mais os laços com os amigos caxienses. “Eles vêm de lá para nos ver. As visitas estão mais constantes do que quando morávamos lá”, garante.

Apesar da mudança, os costumes não mudaram para os Lazzari. “A massa típica italiana não pode faltar. Aquela lasanha... humm”, diz Erli. Quando decidem retornar à Caxias do Sul para reverem o filho, é o tempo suficiente para um dos hobbies de Pedro: fabricar o próprio vinhos e produzir o próprio salame. “Não comemos fora. É tudo artesanal”, conta Erli. De volta ao litoral, o reencontro é com as caminhadas. “Adoramos os passeios no fim das tardes”, lembra. Ainda que não saibam, no caminho, eles passam novamente por outra Caxias do Sul. Só que, desta vez, é um pequeno balneário de Arroio do Sal que também faz referência à terra de origem dos Lazzari.

Christian Bueller