Poucas pessoas tiveram coragem de entrarem no mar das praias do Litoral Norte na manhã desta sexta-feira. Com tempo fechado e nuvens escuras, além de um vento impositivo, as opções de quem queria curtir a orla foram outras. “Está muito ruim, tem bastante vento. Por isso trouxe um livro”, afirmou a cirurgiã dentista Queiti Matos, de 39 anos. Enquanto ajeitava um espaço para sentar mais longe da faixa de areia, a moradora de Atlântida recordava que os outros dias estavam melhores.
Por volta das 10h, com a temperatura em torno dos 23 graus e a bandeira de cor vermelha tremulando nas guaritas, não havia quase ninguém tomando banho de mar em Atlântida Sul. E pouca gente caminhava na areia. “Vamos ficar sentados e tomar chimarrão”, consolava-se o consultor de pós-vendas Júnior Schwabb, de 22 anos, vindo de Carazinho. Ao lado dele, a balconista Cassiane Leite, 24, concordava: “Não tem jeito, vamos ficar sentados e olhar o movimento”.
A situação era semelhante para os demais veranistas à beira-mar. “Estou esperando o pessoal do condomínio para fazer atividades na beira da praia. Fico mais lá e venho pouco aqui, mas com esse tempo não dá para entrar na água”, observou a médica Luciane Antunes, 47, que é de Porto Alegre e possui casa na praia. “A maresia está forte”, comentou.
No Quiosque da Chica, o clima ruim afastou os clientes. “O tempo está com muito vento. Se aparecer o sol vai melhorar”, avaliava o proprietário Jair Borba, 60. Em um dia bom de praia, aos finais de semana, até 100 pessoas passam pelo local em busca de algum lanche ou bebida, estima o comerciante.
O guarda-vidas Rafael Zanchettie, 27, explica que as pessoas respeitam bastante as orientações, e que a criançada é que acaba entrando mais na água. “Perto da plataforma tem mais repuxo e é mais perigoso. A sinalização por ali é de bandeira preta”, cita. “O mar mudou bastante, deu uma baixada e não está fácil de entrar. O vento leste atrapalha os salvamentos e há uma corrente do sul também”, acrescenta.
Dessa maneira, com pouco sol e muito vento, as alternativas ficam mais restritas. A aposentada Zilda da Silva Darlan, 82, alongava as pernas encostada na estrutura da plataforma de Atlântida. “Todos os dias eu venho para caminhar e praticar exercícios físicos”, conta a moradora da Capital que possui um apartamento na praia. Muitos outros passaram a manhã caminhando na companhia de amigos e familiares.
André Malinoski