person Entrar

Capa

Notíciasarrow_rightarrow_drop_down

Esportesarrow_rightarrow_drop_down

Arte & Agendaarrow_rightarrow_drop_down

Blogsarrow_rightarrow_drop_down

Jornal com Tecnologia

Viva Bemarrow_rightarrow_drop_down

Verão

Especial

Espasmos no tempo frio

A mudança de temperatura pode colaborar, porém, não há nenhuma pesquisa científica que comprove a ligação da paralisia facial com o frio

Estação que contempla temperaturas mais baixas contribuem para ficar perto da lareira, ficar debaixo do cobertor em casa, vestir longos e charmosos casacos, tomar sopas, cafés, chás e chocolate quente ou até mesmo tomar um banho bem aquecido. Porém é preciso cuidar para não sofrer choques térmicos | Foto: MAURO SCHAEFER / CP

O inverno chegou e os dias têm sido de frio intenso. As experiências vividas nessa época dividem opiniões. Há aqueles que não veem a hora de chegar a primavera ou o verão e há a parcela da população que curte as temperaturas mais baixas para ficar perto da lareira, ficar debaixo do cobertor em casa, vestir longos e charmosos casacos, tomar sopas, cafés, chás e chocolate quente ou até mesmo tomar um banho bem aquecido. 

Nesse quesito, porém, alguns especialistas convergem. É preciso ter mais cuidado com a saúde, sobretudo evitar sair de um ambiente quente e entrar em um gelado logo depois. Esse aparentemente “singelo” comportamento pode trazer prejuízos ao organismo, conforme explica o coordenador dos cursos da área de Saúde do Senac, Adalvane Nobres Damaceno. “Existe essa mudança abrupta que é a alternância da temperatura do ambiente e da temperatura que o corpo tem, como por exemplo, sair do banho quente, ir para o quintal em dia frio. Tudo isso interfere. Pode ser perigoso, porque pode vir a ocasionar paralisia do rosto ou o que a gente denomina de nevralgia, quando a temperatura do corpo muda muito rapidamente. Algumas pessoas têm uma tendência, como por exemplo, aquelas com mais de 60 anos”, alerta. 

Na avaliação de Damaceno, o choque térmico é mais perigoso no corpo quando a gente sai de um ambiente quente para um frio. “Isso pode afetar a mucosa das vias aéreas. Na fisiologia é isso que acontece. Afeta essa mucosa e normalmente os vírus e as bactérias ficam presos nesse muco que sai pelas narinas e isso pode se tornar mais espesso e aumentar a proliferação de microorganismos, o que pode vir a atingir alguns nervos da parte facial”, explica. 

Porém, apesar de muitas pessoas associarem a paralisia facial ao frio, não há nenhuma pesquisa científica que comprove essa ligação, pelo contrário, conforme explica Damaceno, a baixa imunidade do organismo é muitas vezes o maior causador deste mal. Além disso, ele destaca que esse problema “é de natureza idiopática”, ou seja, não tem causa muito bem definida. Esses espasmos, ou seja, essa contração muscular involuntária da face não têm motivo específico. Acredita-se que a mudança de temperatura pode colaborar. Outros fatores podem interferir, como, por exemplo, a questão da sinusite, o acúmulo de microorganismos, vírus ou bactérias também podem atingir o nervo da região facial e isso acaba ocasionando a deficiência do nervo no que diz respeito ao cumprimento de sua função”, esclarece. Ao complementar: “Na verdade, essa situação ocasiona uma pressão no nervo e essa pressão, junto com os microorganismos, vírus ou bactérias acabam ocasionando o espasmo”, observa. Embora essa situação resulte um certo desconforto, Damaceno destaca que há uma boa notícia. Tem cura. Entre os tratamentos possíveis para os casos de espasmos ou contratura, destaca o uso da toxina butolínica ou, dependendo da intensidade, o próprio organismo volta ao normal de uma forma natural. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a toxina botulínica, conhecida popularmente como “botox”, é uma proteína produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Quando administrada oralmente em grandes quantidades, bloqueia os sinais nervosos do cérebro para o músculo, causando paralisia generalizada, chamada botulismo. No entanto, por injeção, em quantidades muito pequenas, em um músculo facial específico, apenas o impulso que orienta este músculo será bloqueado, causando o relaxamento local. O tratamento envolve injeção em quantidades muito pequenas nos músculos subjacentes para imobilizá-los. A terapia atual é bem tolerada, rápida e a recuperação é mínima. Alguns efeitos colaterais permanecem por cerca de três a sete dias após o procedimento. A toxina começa a fazer efeito sete a 14 dias depois e esse efeito perdura por cerca de três a seis meses até que desaparece gradativamente, enquanto a ação muscular retorna. Com aplicações em intervalos regulares, pode ocorrer de o músculo enfraquecer e, dessa forma, as aplicações passarem a durar mais tempo.

Correio do Povo