A disfagia é um sintoma que acompanha algumas doenças e, normalmente, atinge bebês prematuros, com má-formação e paralisia cerebral, fazendo com que a criança tenha dificuldade alimentares que aparecem pela privação sensorial, com o contato materno e primeiro momento da amamentação. Ela pode variar de um desconforto leve a um bloqueio total e doloroso, o que acarreta em achar uma via alternativa de alimentação, por sonda ou gastrostomia. Trabalhando há nove anos com pacientes com disfagia, a fonoaudióloga Catia Vargas (CRFA 8737) observou que os pais tinham dificuldade de registrar o tratamento dos filhos por completo, muitas vezes não repassando as informações necessárias para os profissionais multidisciplinares que os acompanham.
“Como o tratamento das dificuldades alimentares, que podem apresentar disfagia, acontecem, frequentemente, em condições clínicas desfavoráveis, e já inicia no hospital, quando os pais vão para a casa com as crianças, muita coisa pode interferir no andamento dos trabalhos. Ter uma ferramenta que possa auxiliá-los nesse momento é essencial”, destaca Catia.
Pensando em como ajudar nesse processo, servindo de apoio para os pais, melhorando a qualidade de vida do paciente, Catia desenvolveu um planner alimentar simples e palpável com o objetivo de organizar a introdução alimentar por via oral, tendo ou não sintomas de disfagia. O produto também irá facilitar o acompanhamento diário, com equipe multidisciplinar, e trazer segurança para as famílias, além de nortear o trabalho de outros fonoaudiólogos, nutricionistas, pediatras, gastroenterologistas, neurologistas, entre outros.
Hanieska Tozelli Lopes, mãe de Giulia (cinco anos), que faz tratamento para disfagia a três anos, diz que sente falta de ter um espaço para concentrar um conjunto de informações muito importantes para todos os profissionais que acompanham a filha no tratamento. “Ter algo que nos ajude a concentrar os dados, onde todos consigam ver sua evolução, darem dicas onde cada área pode atuar melhor, para juntos fazer um trabalho excepcional. No final, quem ganha é a paciente.O planner tem todas as dicas e informações em apenas um local. E o que uma mãe precisa é de praticidade”, explica. Giulia fez o tratamento para introdução alimentar com acompanhamento de Catia Vargas, o que resultou na retirada da sonda nasogástrica e o início da alimentação total pela boca. Hoje, a menina faz tratamento para outras questões fonoaudiológicas.
Um pouco mais sobre a especialista:
Catia Vargas é fonoaudióloga, especialista em atendimento clínico com leitura psicanalítica, experiência em home care, reabilitação de pacientes com disfagia, é sócia da Interclin, clínica de atendimento interdisciplinar em Eldorado do Sul.
Correio do Povo