Senna 30 anos: figura humana e intensa, a vida em família

Senna 30 anos: figura humana e intensa, a vida em família

Sobrinhos lembram da convivência com o tricampeão mundial

Bernardo Bercht

Momentos com os sobrinhos ficaram marcados por brincadeiras e competição

publicidade

Uma pessoa intensa, essa é a definição que surge dos familiares de Ayrton Senna. Bruno, sobrinho que virou piloto de Fórmula 1 e Lallali, sobrinha que se inspira nas pistas e no tio para criar suas esculturas, remetem sempre ao olhar do tricampeão. “Ele passava algo difícil de explicar e de transmitir. Sempre intenso e focado”, descreve Lallali.

“O Ayrton era muito brincalhão em casa. Era uma pessoa muito intensa na pista, no trabalho, mas quando estava em casa era muito brincalhão, muito leve”, relembra Bruno. “A gente se divertia e ali vinha o modo intenso. Ayrton era sempre competitivo, sempre tinha alguma brincadeira envolvida, seja de comer mais rápido, chegar primeiro em algum lugar”, comenta o piloto.

Veja Também

A carreira de Bruno atingiu a meta de espelhar Ayrton ao chegar na F1, não vieram os mesmos resultados, mas ficou o registro na categoria máxima. “As pessoas dentro e fora do automobilismo me comparavam com um tricampeão, mesmo quando estava começando. Imagina a comparação justamente com Ayrton”, lembra Bruno. “Acho que isso é um pouco injusto, porque os outros pilotos estão sendo comparados comigo, não com Ayrton. No começo foi bem difícil lidar, mas mais à frente foi uma boa experiência, porque quando a pressão vinha eu tinha ferramentas para lidar.”

Senna | Foto: SLAWOMIR MACCZAK / AFP

Longe da pressão, ele prefere lembrar do lado leve, nas férias da F1. “Lembro dele sempre me jogar dentro do mar quando chegava e ia para a praia ou na piscina. Enfim, não tinha muitos momentos de estar um tempo juntos, mas era sempre muito, muito legal. Gostava de ensinar sempre por experiência. Não era uma das pessoas que ficava falando para você. Ele sempre queria que você aprendesse por experiência.”

Lallali, por sua vez, destaca o acolhimento. “Eu tenho essa lembrança dele me olhar e colocar no colo para contar alguma coisa de Fórmula 1. Eu não entendia nada das corridas, mas depois virou uma marca para sempre, aquele dia, aquela conversa”, define. “E ficou muito esse legado do Ayrton ser um esportista muito humano. De competir de forma leal, mas com força e dedicação”, aponta Lallali. “A família busca muito preservar isso, transmitir essa mensagem de humanidade.”


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895