Após furtos, resgates estão sendo feitos com agentes da BM

Após furtos, resgates estão sendo feitos com agentes da BM

Comandante do CPC pediu calma da população ante crise na segura orientou para o não compartilhamento de casos não confirmados

Flávia Simões

Policiais tem acompanhado embarcações durante os resgates

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Em meio ao caos que o Rio Grande do Sul vem enfrentando nos últimos, às vítimas das enchentes tem encarado outro medo além da força das águas: o de terem seus bens saqueados. Em Porto Alegre, pipocam nos grupos no WhatsApp mensagens alertando sobre tentativas de invasões a casas, principalmente naqueles bairros já alagados. Na Cidade Baixa, que começou a ser tomada pela água na segunda-feira, moradores que não evacuaram a região chegaram a relatar um alvoroço pela noite, mas a Brigada Militar não tem informações sobre possíveis crimes.

A ação de aproveitadores somados ao turbilhão de mensagens sobre o caso, contribuem para sensação de pânico já instaurada e dificulta o resgate da população que, por vezes, ainda se recusa em deixar seus lares. Diante disso, autoridades alertam para uma atenção redobrada nas notícias compartilhadas, evitando a propagação de inverdades. "Têm surgido diversas notícias falsas, criando uma "histeria da desgraça". Colocam em um grupo uma notícia de três dias atrás que de algo que já está controlado. É importante que as pessoas tenham calma", afirmou o coronel Luciano Moritz, comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC).

A orientação é que, em qualquer caso ou notícia de ocorrência, primeiro se contate os órgãos oficiais para, depois, compartilhar qualquer informação, "evitando que notícias tomem proporções que não são reais".

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Apesar dos esforços da BM estarem voltados majoritariamente para ações de resgates, Moritz garantiu que o policiamento continua, tanto nas áreas alagadas quanto nas ainda secas. Segundo o coronel, boa parte de ações criminosas nas regiões de cheia são de furtos a embarcações de voluntários. "É tão bárbaro que eles fazem os crimes perto das pessoas que estão sendo salvas, tentando furtar reboques, jet-skis de pessoas que estão fazendo salvamento", explicou. Os criminosos se aproximam dos voluntários alegando ajuda e tomam as embarcações, e, por vezes, a utilizam para realizar saques em estabelecimentos comerciais inundados.

Em função disso, as estratégias de atuação da BM mudaram. Agora, todas as embarcações que saem para resgate são acompanhadas por um agente. A medida possibilitou a prisão de, pelo menos, 12 pessoas entre nos últimos dois dias. Moritz reconhece, contudo, que os recursos da BM são finitos e, como a prioridade está centrada nos resgates, é possível que algumas áreas de atuação da BM ficam descobertas.


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