Projeto de prédio de mais de 40 andares no Centro Histórico está em fase de ‘reaprovação’, diz incorporadora

Projeto de prédio de mais de 40 andares no Centro Histórico está em fase de ‘reaprovação’, diz incorporadora

Iphae havia indeferido a construção do prédio na rua Duque de Caxias em função dos impactos que trará ao Museu Júlio de Castilhos

Correio do Povo

Terreno localizado na rua Duque de Caxias, no Centro Histórico de Porto Alegre, onde a incorporadora Melnick pretende construir arranha-céu de mais de 40 andares

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Após o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) indeferir a construção de um prédio de 45 andares no Centro Histórico de Porto Alegre, a construtora Melnick, responsável pelo projeto, garantiu que respeita integralmente as normativas legais e que atuará de acordo com as exigências dos órgãos competentes. A justificativa do Iphae, que pertence à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), para o indeferimento foram os possíveis impactos que o prédio poderia causar para o Museu Júlio de Castilhos e para as demais construções na região.

Em nota, a Melnick apontou que o projeto, com mais de 40 andares, já foi devidamente aprovado e que foram seguidos todos os trâmites requeridos. Atualmente, segundo a incorporadora, ele está em fase de ‘reaprovação’. “Nessa etapa, todos os órgãos e secretarias são consultados, sendo normais manifestações com intuito de adequações solicitadas entre as partes. Acreditamos assim no alinhamento com o IPHAE, destacando que a obra somente será iniciada com as devidas aprovações e liberações legais”, garantiu.

Além disso, a empresa citou que valoriza a importância histórica e cultural do museu, assim como a sua relevância para o Rio Grande do Sul. “Destacamos que o compromisso da Melnick é garantir que todas as formalidades legais sejam rigorosamente observadas e que se busquem as alternativas e os ajustes necessários do projeto, de acordo com as devidas anuências dos órgãos de proteção do patrimônio histórico e cultural”, completou.

Projeto indeferido pelo Iphae

De acordo com o Iphae, o parecer indicou que a negativa na construção serve para controlar impactos futuros na região. “A decisão sobre o projeto se deu porque ele não atende o limite de altura definido pela Portaria 035/2002/Sedac, que estabelece altura máxima de 15 pavimentos ou 45 metros para as edificações no entorno do Museu”, apontou o instituto.

No documento, também foram citados outros elementos da portaria como motivação para o indeferimento, entre eles, o impacto urbanístico na infraestrutura do entorno do museu, a redução da insolação nas edificações próximas, atingindo também o Palácio Piratini, e o risco que as mudanças nas condições de sombreamento pode afetar no acervo do museu.

Ainda sobre a altura, o instituto destaca que o projeto é três vezes maior que o limite estabelecido. “O Instituto já se manifestou anteriormente sobre projetos para o imóvel em questão, tendo informado que eles deveriam atender aos limites da Portaria de Entorno. É passível de recurso somente se a empresa adequar o projeto à altura máxima permitida”, completou em nota.


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