Sustentabilidade é rótulo de destaque nas máquinas agrícolas da Agrishow
Indústrias embarcam tecnologia para reduzir as emissões de gases poluentes, ampliar o uso de energia limpa e reutilizar motores
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Seja por exigência legal ou estratégia de marketing, marcas de tratores investem em tecnologia para associar suas máquinas ao rótulo da sustentabilidade. Os esforços direcionam-se, em maioria, para a redução das emissões dos gases de efeito estufa (GEEs) à atmosfera, a remanufatura de motores e a utilização de energia limpa. Mesmo que menos de 8% das emissões poluentes do mundo são oriundas de máquinas agrícolas, segundo disse o vice-presidente sênior e líder global da Massey Ferguson, Luis Felli, durante a 29ª Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).
Na fabricante, a preocupação com sustentabilidade se traduz também na recuperação das máquinas. Com a incorporação de tecnologias, o produto chega ao produtor a um custo 30% menor e com uma redução de 80% no consumo de materiais, energia e água, de acordo com a empresa. A Massey projeta um crescimento de 600% na procura pela solução desde o lançamento do primeiro AGCO Reman, em 2020.
Reman é igualmente um termo constante nos planos da Valtra, que pretende inaugurar, até 2025, um centro de remanufatura de transmissões, em Jundiaí (SP). A instalação, de 1,75 mil metros quadrados, será utilizada ainda para qualificação de profissionais e de treinamento para clientes.
O desenvolvimento de tratores como foco em sustentabilidade, incluindo o uso de combustíveis alternativos, também é destaque na Agrishow. Na Fendt, por exemplo, o motor Power Core75 é um dos itens em exposição de maior interesse do público. Produzido na Finlândia, montado na Alemanha e comercializado no Brasil desde março, o Core75 é movido a diesel e poderá operar, futuramente, com biogás, metano, etanol e hidrogênio.
"No Brasil, desde 2019, a lei determina a utilização da tecnologia Tier3/Mar1", lembrou o gerente de Marketing e Produto da LS Tractor, Astor Killp.
O executivo refere-se a um dispositivo que injeta nitrogênio no escapamento em motores de até 250 cavalos. "Todos nossos modelos utilizam essa tecnologia desde que chegamos ao Brasil", destacou Killp. Os motores emissionados emitem 30% a menos de CO2.