Duro recado a quem maltrata animais

Duro recado a quem maltrata animais

Leis mais duras e envolvimento da sociedade têm levado a novos paradigmas no tratamento de crimes que, até pouco tempo, eram tidos como menores, não aplicando aos agressores as punições adequadas.

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As mudanças que a coletividade entende como necessárias nem sempre se realizam na velocidade que as pessoas desejam. Contudo, como diz uma canção popular, “tudo muda o tempo todo no mundo” e, muitas vezes, inseridos no cotidiano, nem percebemos que coisas importantes já ocorrem em nosso entorno e que uma nova realidade já está se produzindo, não raro para melhor, o que mostra que é preciso perseverar na luta por evoluções necessárias.

Até bem pouco tempo, havia uma conhecida impunidade no tocante à violência doméstica. Frequentemente, havia notícias de que os agressores de mulheres conseguiam se safar dos delitos que lhes eram imputados apenas pagando algumas cestas básicas em prol de entidades assistenciais. Agora isso acabou e muitos deles estão indo para a prisão por conta de suas condutas delituosas, que colocam em risco a mulher e sua família. Outro tipo de ocorrência em que era comum que os meliantes se saíssem sem punições maiores se dava no caso de maus-tratos de animais. As penas eram extremamente leves e não inibiam essa prática cruel, que causava sofrimento e até os levava à morte. A lei ficou mais dura e tudo indica que esse crime não mais será tolerado, muito em função da mobilização da sociedade.

Um exemplo desse endurecimento com tais réus está na condenação de um homem na cidade de Rio Grande, acusado de matar um cão a pauladas. Ele foi condenado à pena de seis anos e três meses de prisão no regime semiaberto. Isso significa que terá de enfrentar a prisão e o recolhimento. A par disso, também está respondendo a procedimento administrativo no ente municipal do qual é servidor. A busca por justiça no âmbito da comunidade resultou exitosa e ainda estabeleceu um novo parâmetro no enfoque desses ilícitos, dando um duro recado para outros eventuais arrolados no mesmo tipo penal.

O grau de civilidade de um povo se mede pela maneira como ele trata seus segmentos vulneráveis. E como pune quem os maltrata. Estamos melhorando.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895