Hora de repensar tudo e agir

Hora de repensar tudo e agir

O momento é de reavaliar tudo o que vem sendo feito pelas autoridades e pela sociedade no tocante à prevenção contra as inundações. O que se vê é que o poder público está defasado no tocante a equipamentos, principalmente para resgatar pessoas ilhadas pelas águas. Urge rever protocolos e procedimentos para enfrentar novas tragédia que, certamente, virão.

Correio do Povo

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Nunca se viu nada igual no Rio Grande do Sul. Os rios extravasando e invadindo cidades, centenas de municípios atingidos, dezenas de mortos e de desaparecidos, pessoas ilhadas nos telhados com fome e frio, economias locais destroçadas. O rio Guaíba ultrapassou a altura dos 5 metros, superando a famosa enchente de 1941. Sem água e sem luz, a população ficou incomunicável até mesmo para pedir socorro. Ruas centrais da malha rodoviária tiveram sua paisagem alterada com a presença de botes. Inúmeras rodovias estratégicas com bloqueios, isolando muitas localidades, aonde só se pode chegar por vida aérea. Alguém definiu a situação com propriedade quando disse que era um cenário de guerra.
Essa ocorrência sem precedentes coloca na ordem do dia tarefas que precisam ser cumpridas com celeridade, com as prefeituras, o governo do Estado e a União colocando no seu orçamento valores para adquirir equipamentos e veículos em número suficiente para dar conta do atendimento célere para as pessoas em situação de desabrigo. Muitos poderiam ser salvos em havendo uma infraestrutura adequada para embasar ações eficazes para minorar os danos que já se tornam recorrentes e, por isso, não podem mais ser tidos como inesperados.
Teremos, neste ano, eleições e a pauta principal já está dada. Os candidatos precisam se comprometer com realizações que envolvam enfrentar as cheias iminentes. Melhorar o calado dos rios, reflorestar suas matas ciliares, retirar o lixo que entulha as bocas de lobo, incorporar mais ambulâncias, fazer convênios para ter mais helicópteros e barcos à disposição são medidas mínimas que têm de estar no programa dos candidatos. O fato é que essa questão não pode mais ser tratada de forma superficial e esses eventos anunciados precisam ter o envolvimento total daqueles que estão à frente do Poder Executivo das nossas cidades, bem como daqueles que estão postulando assumir esse cargo de imensa responsabilidade perante os moradores das nossas comunidades.


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895