O necessário combate ao cigarro

Não obstante ter havido uma bem-vinda redução do consumo de tabaco no mundo, a verdade é que as taxas de fumantes permanecem altas e, com isso, o objetivo estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de reduzir tal percentual em 30% entre 2010 e 2025, não deverá ser alcançado. De acordo com um levantamento da OMS, atualmente, 8 milhões de pessoas morrem por ano devido aos males do cigarro e cerca de 1,3 milhão de pessoas são potencialmente expostas ao risco do fumo passivo. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), ocorrem em torno de 156 mil óbitos por ano. Nunca é demais lembrar que o tabagismo está na base do advento de diversas enfermidades, como doenças respiratórias, cardiovasculares e diversos tipos de câncer, como o de pulmão, bexiga e boca, por exemplo. Essas chagas também podem ser causadas pelo cigarro eletrônico, conhecido como vape, que é uma reação da indústria do tabaco diante da perda de milhões de clientes, buscando disseminar versões que intentam torná-lo menos danoso, o que não corresponde à realidade.

Há que se atentar para fato de que os produtores de cigarros têm como público-alvo preferencial os jovens, que são mais suscetíveis a influências do meio e que podem se tornar dependentes por mais anos, gerando mais lucro para esse segmento econômico. Todavia, as tentativas de propagar a rede do vício envolve todas as faixas etárias e tanto o poder público como a sociedade devem estar alertas para adotar medidas que esvaziem essa contraofensiva dos representantes dessa atividade nociva para a saúde coletiva.

Os malefícios do hábito de fumar vão além da esfera individual e interpessoal e também se estendem ao meio ambiente. Os resíduos transferem à natureza aproximadamente 7 mil tipos de substâncias tóxicas e as partículas do plástico empregado em sua fabricação já foram encontradas no organismo de 70% das aves marinhas e 30% das tartarugas nos oceanos. Como se vê, o fumo está na contramão do bem-estar da população no país e no mundo.