Retorno da cólera surge no horizonte

Retorno da cólera surge no horizonte

Diante desse caso de Salvador, tornam-se muito importantes campanhas de esclarecimento a serem desenvolvidas nas escolas e nas comunidades, com orientações corretas na imprensa e nos canais oficiais do poder público.

Correio do Povo

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Porque parecia extinta para os brasileiros, é extremamente preocupante a notícia de que um homem em Salvador, na Bahia, contraiu a cólera, que é uma infecção intestinal aguda que se espalha através de alimentos e água contaminados, cuja ocorrência está intimamente ligada à falta de água potável, saneamento inadequado, à pobreza e ao meio ambiente desequilibrado. Agrava o quadro o fato de que os últimos casos notificados ocorreram há quase duas décadas, em 2005 e em 2006. A doença, se não tratada de forma apropriada, pode levar a óbito.

Diante da constatação de que a transmissão da enfermidade se dá pela ingestão de água ou alimentos contaminados, ou pela contaminação interpessoal, é muito importante que haja uma preocupação constante com a higienização e com a desinfecção de objetos e de lugares. Os alimentos, de um modo geral, podem ser contaminados na circulação de sua cadeia produtiva ou durante o ato de manipulação. Por conta disso, tornam-se muito importantes campanhas de esclarecimento e de orientações a serem desenvolvidas nas escolas e nas comunidades, com disseminação de informações na imprensa e nos canais oficiais do poder público.

Esse caso verificado na capital baiana é autóctone, ou seja, é próprio do local onde ocorreu o diagnóstico, e o acometido pela patologia, de acordo com os boletins médicos, não está mais infectando. Todavia, para que se tenha certeza de que a chaga está controlada, urge tomar todos os cuidados possíveis para evitar sua propagação. Como bem se sabe, chagas transmissíveis têm sua dinâmica própria e não respeitam limites territoriais. Além disso, a Organização das Nações Unidas (ONU), em face do crescimento de contaminações pela cólera no mundo, está recomendando imunização com uma fórmula simplificada de uma vacina oral. O cenário ideal implica aplicar a sabedoria do velho ditado popular: é melhor prevenir do que remediar. E nem sempre remediar é suficiente.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895