“É uma fábrica de experiências ao vivo”, define o idealizador do reality Clash of Chefs

“É uma fábrica de experiências ao vivo”, define o idealizador do reality Clash of Chefs

Anderson Caruso fala sobre sua trajetória e sobre o reality gastronômico ao Caderno de Sábado

Correio do Povo

Entrevista com Anderson Caruso sobre início da gravação do Clash of Chefs

publicidade

Neste sábado, dia 6, às 20h, na Casa do Gaúcho, será realizada a primeira batalha do Clash of Chefs em 2024, envolvendo os chefs Lucas Ostjen e Jean Carada. A batalha gastronômica que existe desde 2019 será um reality show neste ano com cobertura do Correio do Povo, Record RS e Rádio Guaíba, seguindo até novembro com oito participantes. A batalha de hoje será gravada, editada e exibida no sábado, 27 de abril, na Record.

Anderson Caruso é o fundador da plataforma Clash of Chefs. Mercadólogo de formação e vendedor de ofício, ele construiu carreira na áreas comercial e marketing após passagem por multinacionais. Ao deixar o mundo corporativo, tornou-se empreendedor e criou a ACER Conectando Oportunidades, empresa que atua com a conexão comercial no segmento de entretenimento e gastronomia. Criador do Food Truck do Bem Eisenbahn e líder do time de assadores do Clash of Chefs na Brasa, Caruso tornou-se referência no cenário gastronômico com eventos experienciais focados em harmonizações, novas sensações e vivências. Assador profissional, ele é Membro FIC Brasile (Federazione Italiana Cuochi). Em entrevista ao CS, Caruso fala sobre sua trajetória e sobre o Clash.

Queria que você contasse a sua trajetória até criar o Clash.

Eu fui atleta na minha infância e juventude até uma parte da idade adulta. Fui militar, trabalhei em grandes multinacionais como Unilever, Kellog’s, Johnson & Johnson, e depois no empreendedorismo, com a coisa que eu mais gosto de fazer, que eu mais sei fazer, que é a conexão comercial, a área de vendas. Segui trabalhando em agências de live marketing, vendendo produtos de live marketing, ativações de marca, publicidade, quando surgiu a oportunidade de me envolver com a gastronomia. Foi quando surgiu o Clash of Chefs. Eu inicialmente só produzia, mas eu acabei tendo que me envolver com a parte da cozinha para entregar excelência e saber como fazer. Para ter uma boa entrega. A questão de ter me tornado autoridade gastronômica teve a ver com fato de ir aprendendo com os melhores do país, tanto na área de cozinha, como na área de churrasco. Esse foi o caminho que me levou até ter essa autoridade gastronômica.

Como o empreendedorismo começou na tua vida?

O empreendedorismo entrou na minha vida sem querer. Quando eu saí da Johnson & Johnson em 2017, a minha esposa me disse que eu precisava aceitar que eu não poderia mais ter um chefe aos 40 anos, que eu gostava de fazer as coisas do meu jeito, que chegou a hora de criar o meu negócio. De 2017 a 2019, eu fiquei tentando ter uma ideia Eureka e isso não acontecia. Até que o Clash of Chefs surgiu na minha vida como uma ideia, como uma oportunidade de negócio. A partir daí que eu comecei a empreender. Eu não tinha dinheiro na época para iniciar um negócio, foi uma situação de oportunidade. Tive sorte com relação às pessoas que contribuíram para que as coisas acontecessem. Eu não me preparei para ser empreendedor, não me preparei para empresariar, para ser inovador ou ser independente na cena gastronômica do entretenimento no Sul.

Como foi especificamente a criação do Clash of Chefs?

Ela veio a partir de uma demanda de um amigo, que na época era gerente da LVMH, Louis Vuitton Moët Hennessy, dono das marcas Chandon, Moët & Chandon, Veuve Clicquot, Dom Perignon. Ele havia me convidado para um jantar harmonizado em Gramado, na Villa Bertti, que teve como anfitrião o Edson Erdman, diretor das Histórias Incríveis, que dirigiu o Natal Luz em Gramado. A gastronomia era do Leonardo Albuquerque, chef Leonardo Soltana. Achei maravilhoso o jantar harmonizado, era da Chandon, mas tinha algo de monótono. O meu amigo, o Tiago, pediu foi que eu produzisse um jantar harmonizado e que ele me comprava 50% dos ingressos e os outros 50% eu poderia vender e me remunerar. Ele também dava bebida. Eu tinha que pagar a comida e o que sobrasse de dinheiro era para mim.

Eu fiz uma proposta um pouco diferente da que eu havia presenciado em Gramado, e propus um duelo nos dois pratos principais. Ele não aprovou a ideia. A Chandon era uma empresa ortodoxa e que jamais iria aceitar esse tipo de inovação e não fechou comigo. Dois anos depois ele veio a ser nosso patrocinador com a mesma empresa. Eu saí da reunião derrotado, mas crente de que aquilo era um produto que poderia ser disponibilizado no mercado.

Eu chamei um planner criativo que foi meu sócio durante os três primeiros eventos. Foi ele quem criou a marca Clash of Chefs, foi ele quem criou a identidade visual. Eu segui trabalhando o conceito de uma experiência gastronômica inesquecível em um lugar incrível e produzindo batalhas gastronômicas nesses jantares harmonizados. O Clash of Chefs sempre foi um reality show. É uma fábrica de experiências ao vivo para as pessoas que estão presentes.

Queria que você contasse como foi esta construção no mundo da gastronomia?

A construção foi com a busca de muito conhecimento, de muito relacionamento, de estudo, de muita prática, de visitar operações, de conhecer formas que as pessoas produzem, de conhecer pessoas que tinham autoridade e de buscar conhecimento com essas pessoas, para agregar o máximo de informação e de conhecimento possível para então colocar na prática isso dentro da nossa cozinha, dentro dos nossos eventos. Hoje quem se aproxima do Clash tem muitos benefícios, não é só assessoria de imprensa, mas aprende coisas, tem oportunidade de conhecer pessoas que não seriam acessíveis.

O fato de ter entrado para a Federação Italiana de Cozinheiros, ele é um marco na minha vida enquanto cozinheiro assador. No RS, a gente já nasce sabendo fazer churrasco, mas técnicas profissionais de churrasco que modificam o padrão de entrega, isso não é fácil, Assar churrasco para cinco pessoas é fácil. Assar para 500 pessoas com a mesma qualidade não é. Tem que ser profissional. E eu me profissionalizei a partir da informação do movimento Porto Alegre Capital Mundial do Churrasco.

Tive essa informação uns dois anos antes. Pensei: quando Porto Alegre se lançar Capital Mundial do Churrasco, eu quero estar na vanguarda, ser profissional de churrasco e vou ser um dos mais conhecidos do RS, ser um dos cinco assadores mais falados do Estado. Eu comecei a buscar conhecimento. Fui atrás do Jimmy Ogro que é meu amigo para aprender sobre técnicas de carne. Fu atrás do Neto Leal para conhecer anatomia bovina, cortes de carne. Corri atrás do Luciano López, o Dono do Tempero, para aprender de fogo; atrás do Marcelo Sartori para conhecer de operação de cozinha e de churrasqueira.

E aí entra a minha antiga história com José Luiz de Souza, Um Gordo na Cozinha, que foi quem chancelou isso. Ele é a inspiração para o Clash of Chefs ter nascido. O chef José Luiz foi quem me indicou para a Federação Italiana de Cozinheiros me passando as técnicas do Menarosto, que é a técnica e prato que eu escolhi para difundir a culinária italiana no universo dos assados. Hoje tenho a mentoria do José Luiz de Souza, não só para o Menarosto, mas também para a cozinha e parte de defumados.


Mais Lidas

Guia de Programação: a grade dos canais da TV aberta desta terça-feira, dia 30 de abril de 2024

As informações são repassadas pelas emissoras de televisão e podem sofrer alteração sem aviso prévio

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895