Ícone nacional da flauta, Plauto Cruz é velado em Porto Alegre

Gênio, doce, virtuoso, admirável. Adjetivos de sobra marcaram a carreira de um dos maiores músicos instrumentistas do Rio Grande do Sul, o flautista Plauto Cruz, que morreu, aos 87 anos, no Hospital de Clínicas, em Porto Alegre. A transversal de Plauto silenciou na noite dessa sexta-feira. O músico não resistiu a complicações provocadas pelo Parkinson e o Alzheimer, que se acentuaram nos últimos anos. Ele está sendo velado no Cemitério Parque Jardim da Paz, na Capela F. 

O velório iniciou por volta das 8h, com um momento mais íntimo, destinado aos familiares. Mais tarde, o local foi aberto para amigos e para o público. Diversos músicos compareceram pela manhã para se despedir de Plauto Cruz. O sepultamento está marcado para ocorrer às 16h. 

Para o secretário estadual da Cultura, Victor Hugo, Plauto Cruz rompeu fronteiras e consolidou-se com um dos mais importantes flautistas do Brasil. “Plauto Cruz é o nome que simboliza o instrumento no cenário da música brasileira, ao lado de Altamiro Carrilho. São dois nomes que cristalizam a importância da flauta”, destacou.

No Rio Grande do Sul, o Mago da Flauta recebeu a Medalha Simões Lopes Neto, maior honraria do governo gaúcho, no fim da década de 90. Foram 60, ao todo. Ao longo da carreira, ele gravou mais de 40 discos com grandes nomes da MPB, como Ataulfo Alves, Lupicínio Rodrigues, Nelson Gonçalves e Orlando Silva, além de acompanhar os primórdios da carreira de Elis Regina.

Classificado como “fio condutor da música” pelo secretário Victor Hugo, Plauto Cruz trouxe melodia e alegria à boemia de Porto Alegre, transitando de nota em nota pela era do rádio, MPB, choro e música erudita. “Ganhamoos e tivemos um gênio. E agora, ele fecha seu ciclo deixando um legado musical para futuras gerações”, pontuou o secretário. Pelas redes sociais, autoridades e fãs do artista manifestaram homenagens. “Um dos maiores flautistas brasileiros”, reforçou o ex-prefeito de Porto Alegre, José Fortunati.

Ex-proprietário da Cia dos Sanduíches, no bairro Menino Deus, Cláudio Nascimento, lembra com alegria dos mais de dez anos em que Plauto Cruz tocou no bar, onde tinha palco batizado com o nome do flautista. “Comemoramos os 50 anos de carreira dele. Eu trouxe de surpresa o Altamiro Carrilho, simplesmente os dois maiores, e fizemos duas noites maravilhosas em Porto Alegre. Plautinho é uma figura ímpar, não vai existir outro igual”, salientou.

Natural de São Jerônimo, Plauto de Almeida Cruz nasceu em 1929 e deixa quatro filhos, quatro netos e um bisneto. Desde o início da manhã, o corpo de Plauto é velado no Cemitério Parque Jardim da Paz, na zona Leste da Capital. O sepultamento está marcado para as 16h.