Ópera “O Quatrilho” estreia neste final de semana em Porto Alegre
Espetáculo terá sessões no sábado e no domingo, no Theatro São Pedro
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Agora em novo formato, cabe aos atores Carla Maffioletti (Teresa), Maíra Lautert (Pierina), Flávio Leite (Ângelo) e Daniel Germano (Mássimo) contar a história dos dois casais descendentes de italianos que, em uma comunidade rural do Rio Grande do Sul, em 1910, acabam indo morar na mesma casa para sobreviver. Com o passar do tempo, a esposa de um passa a se interessar pelo marido da outra, sendo correspondida. Os dois, então, decidem fugir e recomeçar a vida, deixando para trás os seus parceiros, que viverão uma experiência dramática e constrangedora, mas nem por isso sem amor.
A ópera em dois atos do compositor Vagner Cunha com libreto de José Clemente Pozenato garante uma leitura moderna para “O Quatrilho”, cujo enredo retrata o cotidiano e a realidade dos imigrantes italianos no Sul do Brasil. O espetáculo foi inteiramente produzido em solo gaúcho e contou com uma intensa preparação nas últimas semanas. Em uma ensaio aberto na terça-feira, o elenco comentou a respeito deste processo, que envolveu muito estudo e entrega.
Com o livro como fonte principal de pesquisa, os atores não se intimidaram diante da responsabilidade de assumir personagens tão consagrados na literatura e no cinema, buscando uma versão própria e original para a nova adaptação. “Eu acho que os personagens são muito humanos e essa questão de ser histórico não é relevante porque eles são pessoas como qualquer outra pessoa, com seus dramas e alegrias”, destacou a soprano Carla Maffioletti.
Por outro lado, juntar esses personagens com o texto, a música e a orquestra tornou-se um dos maiores desafios do novo formato. “Ou você está 100%, ou você não está, não tem como você estar só um pouquinho participando da história. Então esse é o desafio, é estar integralmente vivendo este momento”, revelou Maíra Lautert.
O barítono Daniel Germano ressaltou também a oportunidade de contar com a presença do escritor do romance e do compositor da ópera durante os trabalhos como um fator muito importante na preparação do elenco. “É um privilégio ter o cara que escreveu o livro e o cara que escreveu a música aqui do lado, acompanhando o ensaio”, afirmou.
Para Pozenato, que também acompanhou a elaboração do roteiro do filme, a adaptação foi uma experiência nova e que exigiu uma delimitação da história “para ressaltar os momentos de maior intensidade, de emoção e maior força dramática”. Na expectativa de despertar o interesse do público gaúcho para a ópera, o autor também deseja que os espectadores tenham a oportunidade de perceber, por meio do canto e da emoção dos atores, a profundidade do drama vivido pelos dois casais.
Na visão dos atores, essa carga de sentimentos, potencializados pela música, é justamente um dos pontos mais interessantes da ópera “O Quatrilho”, que ainda conta com a contralto Luciane Bottona (Tia Gema), o barítono Ricardo Barpp (Cósimo) e o baixo Pedro Spohr (Rocco) em cena. Com direção cênica de Luís Artur Nunes e regência do maestro Antonio Carlos Borges-Cunha, o espetáculo apresenta recitativos em português e árias, duetos e coros cantados em italiano.
A grande estreia é neste sábado, às 21h. No domingo, o Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/nº) recebe outras duas sessões do espetáculo: uma às 18h e outra às 21h. Os ingressos custam entre R$ 60 e R$ 130 (inteira).
“Temos certeza que vai ser um sucesso, que o público gaúcho vai aplaudir e ficar muito orgulhoso dessa história genuinamente gaúcha, com elenco gaúcho, músicos gaúchos e um compositor gaúcho”, comentou Carla, que depois da Capital segue com toda a equipe para outras sete cidades do Rio Grande do Sul: Recanto Maestro, Bagé, Pelotas, Passo Fundo, Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Novo Hamburgo. Mais informações sobre as apresentações podem ser conferidas pelo site.