Última semana da mostra "Pardo é Papel"

Última semana da mostra "Pardo é Papel"

Exposição do carioca Maxwell Alexandre segue até o próximo dia 14 de fevereiro, na Fundação Iberê

Gravura criada na prensa de Iberê Camargo traz uma corrente de ouro e um revólver como pingente

publicidade

Após inaugurar em dezembro, a mostra “Pardo é Papel: Close a door to open a Window”, na Galeria David Zwirner, em Londres, o artista carioca Maxwell Alexandre retornou a Porto Alegre na semana passada para finalizar a gravura produzida na prensa que pertenceu a Iberê Camargo, sob supervisão do assistente do pintor gaúcho e coordenador do Ateliê de Gravura da Fundação Iberê, Eduardo Haesbaert. A obra (1,20cm x 80cm) é uma corrente de ouro e um revólver como pingente. Aos 30 anos, Maxwell retrata poética que passa pela construção de narrativas e cenas estruturadas a partir da vivência cotidiana pela cidade e na Rocinha, onde nasceu, trabalha e reside.

A exposição “Pardo é Papel” segue até o próximo dia 14 de fevereiro na Fundação Iberê (Padre Cacique, 2000), com visitação de sexta a domingo, das 14h às 19h (último acesso às 18h). Agendamento pelo Sympla: bileto.sympla.com.br/event/66447/d/88770. A mostra foi inaugurada com sucesso em novembro de 2019, no MAR (Rio de Janeiro), onde recebeu mais de 60 mil visitantes. Com obras no acervo do MAR, Pinacoteca de São Paulo, MASP, MAM-RJ e Perez Museu, Maxwell apresentou “Pardo é Papel” na Iberê desde outubro de 2020, após levar a primeira exposição individual ao Museu de Arte Contemporânea de Lyon, na França. A exposição é realizada pelo Instituto Inclusartiz com patrocínio do Grupo PetraGold. Do Iberê, a mostra segue para o Instituto Tomie Othake, em São Paulo, em maio. 

Na sexta, 5, Maxwell, a diretora do Inclusartiz, Frances Reynolds, e o CEO do Grupo Petra Gold, Eduardo Wanderley, estiveram na Fundação para conversa com jornalistas. Sobre a gravura concebida na prensa de Iberê, Maxwell destaca que ela realmente tem os símbolos da violência como o pingente do revólver e o cordão de ouro. “Fico pensando na questão religiosa, na forma como o cordão de ouro está apresentado, na moldura branca e no fundo branco e em fotogravura, mas com o revólver simbolizando uma conotação etérea”. Sobre a utilização da prensa de Iberê, Maxwell diz que é uma honra, pois o Ateliê já recebeu mais de 100 grandes artistas, entre os quais Carlos Vergara, Carmela Gross, Daniel Senise, Iole de Freitas, José Bechara, Nuno Ramos, Regina Silveira, Tomie Ohtake, Waltercio Caldas e Xadalu. Conforme o diretor da Fundação Iberê, Emílio Kalil, a gravura terá 60 cópias, 30 que ficarão na Fundação e 30 que ficam com o artista, mais duas provas de artista, uma para o artista e uma para o acervo da FIC. 

No momento, Maxwell Alexandre desenvolve obras em tinta a óleo da subsérie “Reprovados”, que trata de questões da vivência negra, como conflitos na favela e falência do sistema público de educação. O uniforme da rede pública de ensino da cidade do Rio de Janeiro é o motivo da série. A série “Distanciamento Social” é a que ele trabalha desde o início da pandemia. “Na pandemia, a gente fica sem deadline e aí o óleo tem aquele tempo de entendimento. Levei uma semana ou um pouco mais para entender o óleo. Eu preparo minha própria tinta. No início, algumas pinceladas são secas, mas depois tudo flui”, ressalta o artista que disse ser influenciado pela mostra de Francis Bacon, no Centre Georges Pompidou, que presenciou no fim de 2019. 

 


Mais Lidas

Guia de Programação: a grade dos canais da TV aberta desta segunda-feira, dia 29 de abril de 2024

As informações são repassadas pelas emissoras de televisão e podem sofrer alteração sem aviso prévio

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895