Aílton Graça desponta como favorito ao Kikito de Melhor Ator

A noite de quinta-feira teve a exibição do longa "Mussum - O Filmis" no Palácio dos Festivais, dentro da mostra competitiva do Festival de Cinema de Gramado.  A sessão foi bastante aplaudida e causou emoção na plateia.

A biografia do comediante Mussum (1941 - 1994) é apresentada desde a sua infância no Rio de Janeiro. O protagonista é interpretado por três atores, em diferentes fases da vida.

Quando criança, é vivido por Thawan Lucas e, na juventude, por Yuri Marçal. Ambos se mostram revelações na dramaturgia, indicando que podem ter um futuro promissor na carreira. Na fase adulta, Ailton Graça encarna Mussum e desponta como favorito ao Kikito de Melhor Ator, apresentando uma interpretação intensa e sensível ao mesmo tempo.

A proposta do filme é apresentar Antônio Carlos Bernardes Gomes, o artista além do que se viu nos programas televisivos de humor dos "Trapalhões". Quando menino, foi colocado no colégio interno pela mãe, porque ela tinha de trabalhar como faxineira e não tinha com quem deixar o filho. Essa atitude dela acabou permitindo que o menino estudasse. A mãe queria que ele seguisse a carreira militar, por ser um emprego estável, no que ele trabalhou por um tempo.

Mas desde cedo o rapaz apresentava uma vocação artística. Primeiro como músico, integrando o grupo Originais do Samba. Depois de algumas esquetes em televisão, foi convidado a integrar o programa Escolinha do Professor Raimundo. E por fim veio o sucesso absoluto na TV e no cinema com o grupo dos Trapalhões.

A mãe de Mussum, Malvina, é vivida por Cacau Protásio na primeira fase. "Para mim foi um desafio, pois faço muita comédia, falo alto, grito. Precisei muito da ajuda do diretor para fazer drama", confessou Cacau. Na segunda fase, a personagem é interpretada por Neusa Borges.

Ailton Graça considera uma "missão" contar essa história, que também aborda a relação de Mussum com a escola de samba Mangueira. "O filme é uma 'dramédia', comentou o ator, destacando que tem momentos de drama e outros de humor.

 PRODUÇÃO E DIREÇÃO

A produção de Roberto Santucci estava trabalhando no projeto e em busca de um diretor, até que convidaram Silvio Guindane, já bastante reconhecido como ator.

"Me chamaram por ser um preto para dirigir um filme de preto", disse o diretor na sala de debates do festival. E a equipe, majoritariamente preta, foi só elogios ao diretor no debate realizado na manhã desta sexta-feira em Gramado.

 EMOÇÃO

Um dos filhos de Mussum, Mussunzinho (nome artístico de Antônio Carlos), acompanha a equipe em Gramado. Ele deu seu depoimento nesta sexta-feira pela manhã: "ainda estou sacudido desde ontem", revelou, visto que foi a primeira exibição do filme inclusive para os atores.

"A saudade do que eu poderia ter vivido vocês me deram", disse para a equipe. "Tenho um filho de 3 anos e um dia vou mostrar este filme para ele saber mais sobre o avô", completou, sendo abraçado pela equipe e com aplausos dos presentes.