A anatomia da Covid-19

A anatomia da Covid-19

Da mesma forma que aconteceu com outras produções, "Grey’s Anatomy" teve temporada encerrada às pressas e entra em seu 17º ano estreando na próxima terça-feira, no Brasil, com o tema da pandemia de Covid-19

Marcos Santuario

Ellen Pompeo, que vive a cirurgiã Meredith Grey em "Grey’s Anatomy", dedicou a nova temporada da série para todos que atuaram na linha de frente da pandemia

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Há motivos para acompanhar de perto o sucesso mundial da série “Grey’s Anatomy”, criada pela roteirista norte-americana Shonda Rhimes, em 2005, e que estreia sua 17ª temporada na próxima terça-feira, dia 9, pelo Sony Channel, aqui no Brasil. Para felicidade dos fãs da série médica, até agora a mais longeva da televisão mundial com a temática hospitalar, as novidades da nova temporada são muitas. Claro que os episódios seguem o padrão criativo, ousado e gerador de empatia das 16 temporadas anteriores, todas já disponíveis para acompanhar no Brasil.

A nova temporada da série mais maratonada na Netflix, que já está sendo exibida nos EUA, aborda já nos episódios iniciais o impacto da pandemia da Covid-19 na rotina da equipe médica do “Memorial Grey Sloan”, o hospital em que se passa a trama. Absolutamente em sintonia com o cotidiano mundial, os médicos do famoso hospital de Seattle enfrentam grandes dilemas profissionais relacionados à nova doença, além de sofrer com seus próprios dramas e fantasmas pessoais. Quem segue a série não se surpreende com a inclusão da temática da pandemia do coronavírus. E quem segue Ellen Pompeo, a cirurgiã Meredith Grey da trama, percebeu o dedicar da nova temporada para todos que atuaram na linha de frente da pandemia. “Desde que encerramos as filmagens, 7.000 profissionais de saúde morreram de Covid. Dedico a temporada a todos os que caíram e a todos vocês, que pela graça de Deus ainda estão de pé …”, escreveu.

A fórmula do drama pessoal em meio ao universo dinâmico profissional tem marcado a série, que se caracteriza por apresentar temas polêmicos. Situações estas que, de alguma forma, fizeram com que, mais de 300 episódios depois, a produção continue sendo sucesso mundial. 

E Shonda Rhimes parece não fugir de temas difíceis não, assim como em outras séries de sucesso em que se envolve, como “How To Get Away With Murder” e “Scandal”. Para entender melhor os conteúdos e formas que a inspiram, vale uma espiada em seu livro, “O Ano Em Que Disse Sim”. Nele, a roteirista, mulher e negra, explica a sua abordagem e o motivo de preferir o termo “normalização” à “diversidade”. “Estou fazendo com que a TV se pareça muito mais com o mundo real”, afirmou. Basta acompanhar alguns episódios, ou algumas temporadas destes últimos 15 anos, para perceber que a criadora da série cativa a audiência sempre enxergando a questão da representatividade de forma muito peculiar. Por isso temáticas envolvendo raça, cor, tendências políticas, legalização da posse de armas, violência doméstica, perseguição da população negra por policiais, erro médico, sexualidades, crenças religiosas e posicionamentos éticos estão sempre presentes, de forma muito natural, mas com intensidade, no dia a dia de todas as personagens. E têm mais temas fortes por aí. Tráfico humano e o movimento “Vidas Negras Importam” também surgem na trama que, além da temática da atual pandemia, ainda terá, nesta nova temporada, a reaparição de personagens que haviam saído da série.

Aqui vale um alerta de “vem spoiler por aí”. Nada que já não tenha sido divulgado por fãs atuantes nas redes sociais. A 17ª temporada de “Grey’s Anatomy” marca ainda o regresso às telas do simpático neurocirurgião Derek Shepherd, vivido pelo ator Patrick Dempsey, que desapareceu da série ao sofrer acidente, enquanto vivia intensamente o casamento com Meredith. Também reaparece George O’Malley, interpretado por T.R. Knight, depois de 11 anos sem aparecer na série. Para alegria de fãs e afins.


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