A banda e os amigos por Bebeto Alves

A banda e os amigos por Bebeto Alves

Os Blackbagual fazem homenagem ao músico morto em novembro de 2022, com convidados especiais, hoje, às 20h, no Theatro São Pedro

Luiz Gonzaga Lopes

Os Blackbagual com Rodrigo Rheinheimer, Bebeto Alves, Marcelo Corsetti e Luke Faro

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Em entrevistas que fiz com Bebeto Alves ao longo da sua carreira de mais de 40 anos, sempre ficou a certeza que ele era um visionário, um artista completo, um cara que fazia música pensando em todos os detalhes da canção, em todos os gêneros e origens. O show “Pela Última Vez” faz alusão ao disco homônimo de 2020. A homenagem a Bebeto, que morreu em 7 de novembro de 2022, aos 68 anos, será hoje, 20h, por sua banda Os Blackbagual no Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/nº) A noite terá participação especial de Shana Müller, Duca Leindecker, Flavio Adonis, Gelson Oliveira, Humberto Gessinger, Igor Conrad, Mauro Moraes, Nelson Coelho De Castro, Neto Fagundes, Rodrigo Fishman, Thiago Ferraz, Veco Marques e Vitor Ramil.

Os Blackbagual são Marcelo Corsetti (guitarra), Luke Faro (bateria) e Rodrigo Rheinheimer (contrabaixo e vocais). Eles gravaram cinco discos com o músico uruguaianense desde “Blackbagualnegovéio” (2004). Em conversa com Marcelo Corsetti para falar do show, trocamos ideias sobre o saudoso amigo e entrevistado. “Ele dizia que não ia mais fazer discos desde que começamos a tocar.

A gente gravou o primeiro em 2004 e teve que convencer ele sobre outros. Depois vieram uns 20 discos. Sem dúvida, Bebeto foi o maior artista do RS de 1970 para cá. Ator de teatro, cinema, escritor, gestor, músico, fotógrafo e um inquieto o tempo inteiro”, diz. Sobre o lado visionário do parceiro e amigo, Corsetti lembra que ele era um radar, que suas músicas previram coisas. “Ele sabia o que ia acontecer. Tem a letra de ‘Armando’ (2012), e todas as discussões de spotify e internet estão lá na letra. Canções como ‘Águas Barrentas’, ‘Tira-Manchas’, ‘Pegadas’, são atuais mesmo sendo de muito tempo”, conta. 

Na charla por áudios de whatsapp, não podia faltar os detalhes sobre o show de hoje. Corsetti lembra: “O show era um desejo dele, desejo nosso e necessário. A gente merecia fazer esta homenagem a ele pelos últimos anos que vivemos juntos. Pensamos num balizador para convidar as pessoas e escolher as músicas, que foi os 20 anos de banda, de pessoas que estiveram com a gente, que ele curtia. Fomos injustos com algumas pessoas e com algumas músicas. Ficaram umas 40 pessoas de fora e umas 100 músicas não entraram. Vai ser um momento de emoção e muito necessário”, declara. 

Futuro 

Antes de retornar ao papo, eu coloco mais uma das frases proféticas de Bebeto. Esta eternizada na letra da música “Pela Última Vez”: “Venho pro futuro porque assim me sou/ Eu não sou daqui, aqui só estou/ Sou de lugar nenhum e assim me vou”. Corsetti lembra que o desejo do show foi compartilhado com ele após o retorno de uma das sessões de quimioterapia. “Eu tenho muitos shows nossos gravados. Talvez virem algum produto.

Quanto a material inédito, eu sei que ele estava pensando em fazer um disco com o Mauro Moraes. Para mim este é o último show. Quero que a gente toque feliz e controle a emoção. A gente fez história. Era uma banda. E ele foi generoso demais conosco. Nos últimos discos, não tinha ele na capa, tinha os Blackbagual. O Rodrigo (Rheinheimer tem uma música com ele e tenho falado com ele para terminar e lançar”. Ingressos no site do Theatro São Pedro.  Toda a renda da bilheteria será doada à Associação De Peito Aberto, instituição que auxilia crianças com problemas pulmonares e de asma.

Confira uma entrevista de 2018 de Bebeto Alves, concedida a Luiz Gonzaga Lopes, editor de Cultura do Correio do Povo: 

 


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