A exposição de fotografias “SE7E” pode ser conferida na Galeria Restinga

A exposição “SE7E” está em cartaz na Galeria Restinga, que fica na Praça Esplanada do bairro Restinga (rua João Antonio Silveira). Com curadoria de Marcos Monteiro, a coletiva reúne dípticos – conjunto de duas obras do mesmo gênero, que se completam - de sete artistas: Alexandre Langer, Andréa Steiner Barros, Ayres Potthoff, Heloiza Averbuck, Iara Tonidandel, Roberto Martinez e Sônia Amorim. Todos os 15 painéis apresentam a mesma linha de interpretação, porém com resultados distintos e instigantes. A visitação ocorre 24h no local, até o dia 30 de julho.

A Galeria Restinga é a filial da Galeria Escadaria, localizada no Viaduto Otávio Rocha, no Centro Histórico, também a céu aberto. 

Andréa Steiner Barros

Traz elementos da natureza às suas criações, transformando em poesia diversos temas e olhando além de detalhes, como uma flor até as estrelas. “Comecei a fotografar em 2017 somente com câmera de celular, não sei mexer em máquina. O que faço é editado no próprio aparelho ou aplicativos compatíveis com Android. Nada vai pra computador. Isto pra mim é mobgrafia".  A entrada de sua casa, no interior, é o objeto de uma das fotos expostas. “Tenho a maior alegria em trazer para as pessoas a beleza. O que me deixa muito feliz é ver alguém rindo ao ver uma foto que fiz”, comenta.

Heloisa Averbuck 

Em um ensaio da fotógrafa e iluminadora Heloisa Averbuck, o que prevalece é o sentimento que teve em relação a uma foto, que tocou em algo dentro dela, mais que a técnica e qualquer outra coisa. O momento que consegue congelar. “Fascina a questão da luz e dos momentos, como é uma coisa de intuição da alma”, define. As fotos expostas tem a ver com isto e foram tiradas em um teatro e em um convento, ambientes que exercem um encantamento sobre a profissional. Como iluminadora, Heloiza criou desenho de luz para espetáculos  como “Tangos & Tragédias” e “A Sbornia Kontratraka”. Ela é fotógrafa com especialização em Técnicas Avançadas de Fotografia Digital (ESPM). 

Iara Tonidantel
Exceto o gorila, as outras três fotos expostas foram feitas em uma excursão que Iara fez, das muitas que mescla expedições fotográficas com trabalho voluntário. Do Nepal, onde trabalhou com crianças e da África do Sul e Nanibia, em que atuou com animais. “Eu amo estar de botina dentro do rio, de boné, sair do perimetro urbano. E fotografar a natureza é algo que me emociona e me mobiliza muito. Eu sei que não é para muitos fotógrafos, porque  é muito diferente de tu ter um controle de estúdio ou dos objetos que pretende fotografar. Então exige muita paciência e resiliência, mas é extremamente gratificante no resultado”. Em todas as suas excursões fotográficas, busca a questão da emoção na família dos animais. 

Sônia Amorim

Baiana residente em São Paulo, Sônia trabalha com foto documental. Com carreira acadêmica, no inicio suas fotos eram ligadas à pesquisa que fazia em torno de festas populares. O Carnaval gerou sua dissertação de mestrado em Artes Cênicas pela UFBA (2002). A partir dai fotografou também o carnaval da Bahia e a festa do BomFim. Até 2008 trabalhava com câmera analógica, migrando depois para a digital e mobgrafia. “Trabalho com a câmera e smartphone também, apesar de muitas pessoas falarem que não é fotografia. Acho isso uma bobagem”, diz. 

Ayres Potthoff
Músico conhecido no cenário artístico, em suas frequentes viagens pelo  mundo aproveita o pouco tempo livre entre um concerto e outro para explorar e traduzir em imagens o seu olhar sobre o lugar. “Para mim, há uma íntima relação entre a música e a fotografia. Ambas estão vivas em minha vida. A música se expressa através da imagem interior, a fotografia fixa o som da alma”. Participa da coletiva com imagens de Nazaré e Caicais, em Portugal. São pessoas pensando em suas vidas e no momento. Ele já expôs em Porto Alegre e Zagreb, na Croácia, onde em 2010 venceu o Concurso Cultural Cinco Sentidos KLM e em 2022 saiu finalista.

Roberto Martinez
Quando começou a fotografar, Roberto Martinez não focalizava as pessoas. E quando passou a colocar, todas as imagens desde então contém seres humanos. Clicando sempre na rua, ele viaja para conhecer as diferentes culturas. As fotos expostas são resultantes de uma viagem à Índia - três de Varanazi e uma de Jaipur. “É muito diferente, muito colorido. Vi as cremações e as cerimônias religiosas”, diz. Na ocasião foi também para o Rajastão, onde percorreu as feiras de rua. Beto já realizou expedições fotográficas no Uruguai, Argentina, Portugal, entre outros países.

Alexandre Langer

Fotógrafo há mais de 40 anos, Alexandre Langer atualmente se dedica ao universo feminino, sempre retratado de forma sublime e delicada. Cheias de subjetividades, suas obras refletem sua perspectiva acerca da vida e das pessoas. Natural da capital gaúcha e residente em Brasília, participou de dezenas de exposições nos últimos anos e possui inúmeros prêmios nacionais e internacionais.