'A Filha do Rei do Pântano': suspense traz Daisy Ridley em grande forma após 'Star Wars'

'A Filha do Rei do Pântano': suspense traz Daisy Ridley em grande forma após 'Star Wars'

Longa de Neil Burger estreou na quinta-feira, 28 de setembro

AE

No filme, Daisy Ridley vive a protagonista Helena Pelletier

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Autor de clássicos contos de fadas, Hans Christian Andersen também escreveu um texto menos conhecido: "A Filha do Rei do Pântano", sobre uma menina que não fazia ideia de que é uma flor capaz de salvar seu pai, um rei egípcio, de uma grave doença. Décadas depois, esse texto inspirou a escritora Karen Dionne com sua história homônima, mas situada em um mundo moderno e com situações familiares mais contemporâneas - e que se transformou em filme sob as mãos do cineasta Neil Burger, que estreou na última quinta, 28.

"A Filha do Rei do Pântano" conta a história de uma mulher (Daisy Ridley, de "Star Wars") que é assombrada pela figura de seu pai. O motivo? Ele sequestrou a mãe dessa mulher, que viveu em cativeiro até a filha ter lá seus 12 ou 13 anos. Ele é preso, mas, anos mais tarde, escapa da prisão e se torna uma ameaça à sua família. O que ele quer? Será que tem o desejo de sequestrar a filha novamente? Será que a neta do criminoso está em risco?

Medo pelo ambiente

De tom constantemente tenso, o longa-metragem sabe como criar o ambiente. Apesar da direção exageradamente lenta de Burger, de "Divergente" e "O Ilusionista", o filme deixa qualquer espectador com frio na barriga. É como uma panela de pressão em volta do público, que descobre tudo logo de cara e, depois, é apenas cozinhado até sua conclusão.

Há, sim, um constante clima de familiaridade no que está sendo contado. Apesar da inspiração em Andersen, o longa traz muitos elementos do chamado suspense doméstico - aquela linha de histórias que ganhou força com "Garota Exemplar" e que a ameaça está dentro de casa. Difícil não fazer paralelos, por exemplo, com "Um Lugar Bem Longe Daqui", lançado no ano passado, e que tem o mesmo cenário e uma história familiar trágica.

Parece que falta originalidade em uma história que já se repetiu muito. Pelo menos, porém, há essa tensão crescente (com um final digno para a expectativa criada) e, principalmente, boas atuações. Ridley faz o seu primeiro grande papel após o fim de "Star Wars", mostrando que sabe como atuar em silêncio, apenas com olhares e gestos. Reforça, novamente, a injustiça que ronda sua carreira, renegada apesar do bom desempenho na saga Skywalker.

Para arejar o gênero

Mas é Ben Mendelsohn quem rouba a cena: apesar de aparecer menos, consegue dar frio na barriga como uma espécie de psicopata, mas com camadas. Nada daquele homem que é mau por ser mau, que comete crueldades sem pensar duas vezes. Ele é charmoso e tenta conquistar as pessoas ao seu redor. Impacta diretamente na relação do público com o filme.

"A Filha do Rei do Pântano", assim, se torna uma boa surpresa do mundo do suspense doméstico que, depois de "Garota Exemplar", só decepcionou com "A Garota do Trem", "A Mulher na Janela" e por aí vai. Referencia e reverencia uma obra clássica da literatura, mas também coloca um tom moderno que deixa o espectador preso no que está sendo contado, mesmo com a lentidão exagerada.

Quem sabe, assim, o subgênero ganha uma sobrevida.


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