A Flip das Flips, política e democrática

A Flip das Flips, política e democrática

Estimativa dos organizadores é que o evento literário receba 27 mil pessoas até encerramento

Correio do Povo

Organizadores estimam em 27 mil pessoas o público da Flip

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Na coletiva de encerramento da 12ª Festa Literária Internacional de Paraty, realizada no fim desta manhã de domingo, os organizadores do evento literário chegaram a uma estimativa de 27 mil pessoas visitando a festa, realizada durante a semana na cidade da Costa Verde fluminense. Conforme o diretor-presidente da Flip, Mauro Munhoz, e a diretora-superintendente Izabel Costa Cermelli (Belita), o público presente à Tenda dos Autores, até a mesa 14 de sábado à tarde, com Beto Ricardo e Eduardo Viveiros de Castro, foi de 12.069 acessos, número 27,2% superior a 2013 (9.482).

Além disso, 18,5 mil visitaram a Flipinha, 1.780 a FlipZona, 2,2 mil a FlipMais e 10.060 acompanharam os dois telões até a mesa 15, com Jhumpa Lahiri, no sábado à noite. Ao todo, até o fim da manhã de domingo, foram 44.609 acessos.

O curador Paulo Werneck exaltou que o evento adquiriu ares de festival de rock e de uma maior democratização e integração com a cidade. "A Flip teve a diversidade de temas e uma química com o público. Nas redes sociais, passou de 19 mil seguidores para 60 mil amigos e tivemos 1 milhão de acessos ao todo. Além disso, vamos disponibilizar os áudios de todas as mesas no YouTube para manter esta continuidade e permanência do evento", afirmou Paulo.

Ele parodiou a frase da presidente Dilma Rousseff sobre a Copa no Brasil, dizendo que esta foi "A Flip das Flips" e que foi política e democrática. "A mesa do israelense Etgar Keret foi um espelho disso. Como um intelectual ponderado, ele não pode concordar com a atitude agressiva da nação dele, mas tivemos o Sorókin criticando o Putin, o Michael Pollan, o Eduardo Viveiros de Castro, a mesa da ditadura militar e tantos outros eventos que questionaram o poder e outras atrocidades", frisou Werneck.

A idealizadora e presidente do Conselho Diretor, a inglesa Liz Calder citou uma conversa que teve com o escritor paquistanês Moshih Hamid para dizer da sua satisfação com o evento que retomou o ideal de festa literária e integraçaão da cidade da 1ª Flip, em 2003. "Ele me falou que a Flip não é só uma festa maravilhosa, mas que é a melhor do mundo. E é isso mesmo. Há uma variedade de temas, autores de vários países do mundo (foi a primeira vez de um russo na Flip, Vladimir Sorókin) e mesas estimulantes como a de Davi Kopenawa e Claudia Andujar, uma amiga de décadas", ressaltou Liz. A britânica destacou que a Flip terá uma extensão na primeira semana de outubro, em Suffolk, na Inglaterra, com a presença de escritores e músicos brasileiros.

Mauro Munhoz destacou a mudança para os telões abertos, um aos fundos da Tenda dos Autores, com tradução simultânea e headsets e outro na Praça da Matriz, com áudio em português, integrado à Flipinha, onde foi realizado também o show de Gal Costa, na quarta à noite. "A Flip evoluiu em termos de arquitetura, cenografia e design gráfico. Ela foi mais democrática, mais integrada à cidade e a curadoria do Paulo (Werneck) espelha um pouco esta conexão com o cotidiano da cidade. Utilizamos mais a Praça da Matriz que é o centro dos eventos da cidade, como a Festa do Divino e o Bingo", afirmou.

Para finalizar, Belita destacou a presença da Biblioteca da Associação Casa Azul (promotora do evento) no cinema da cidade, que não vem sendo aproveitado para a cultura. "Quando a Flip começou em 2003, havia três bibliotecas na cidade e uma biblioteca municipal e em 2013, já eram 30 bibliotecas. A Flip é permanente, as crianças e jovens se preparam o ano inteiro para a Flipinha e a FlipZona. E agora temos uma geração de estudantes que está entrando na universidade com toda esta injeção da Flip. É uma satisfação saber que neste ano a população esteve muito mais conectada com a Flip e voltamos a ter o sabor da 1ª edição, do nosso ideal inicial", concluiu.

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