A relação do italiano Ruggero Deodato com Porto Alegre

A relação do italiano Ruggero Deodato com Porto Alegre

Cineasta participou do Fantaspoa por três vezes

Adriana Androvandi

João Pedro Fleck, Felipe M. Guerra e Nicolas Tonsho no aniversário de 80 anos de Deodato, celebrado em Porto Alegre

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A morte do cineasta italiano Ruggero Deodato, aos 83 anos, ocorrida nesta quinta-feira em Roma foi lamentada por fãs e cinéfilos. A informação foi veiculada na imprensa italiana. Nascido na cidade de Potenza, Deodato é considerado um mestre do gênero terror da Itália e sua carreira ficou marcada pelo filme “Canibal Holocausto”, lançado em 1980 e que causou intensa polêmica.

Na época de lançamento do filme, Deodato foi acusado de assassinar os atores e mostrar as mortes no filme, devido ao realismo das cenas. Na trama, um grupo de documentaristas vai à Amazônia para entrar em contato com uma tribo canibal. O filme foi proibido e o diretor teve de ir aos tribunais para a liberação. E por fim foi inocentado das acusações. 

Em Porto Alegre, o diretor foi homenageado. Esteve na cidade a convite do Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre (Fantaspoa) pela primeira vez em 2013. Dos 26 filmes que dirigiu, nove foram exibidos naquela edição. O cineasta participou de sessões comentadas e conversou com fãs. Os organizadores do festival, João Pedro Fleck e Nicolas Tonsho, declararam: “A carreira cinematográfica de Ruggero Deodato transitou por diversos gêneros, porém foi no horror que ele se destacou, tornando-se um dos maiores nomes da história do cinema fantástico. Seu ‘Canibal Holocausto’, além de ter chocado o mundo à época de seu lançamento ao ser vendido como um documentário, foi precursor do subgênero found footage, influenciando toda uma geração de cineastas que surgiram posteriormente, como os norte-americanos Quentin Tarantino e Eli Roth”.

A dupla conta que Ruggero esteve presente no Fantaspoa em três ocasiões: em 2013, na qual foi homenageado; em 2017, para o lançamento de seu filme "Balada Sangrenta"; e em 2019 para assistir à estreia de "Deodato Holocaust", documentário sobre sua carreira, dirigido por Felipe M. Guerra e produzido pela Fantaspoa Produções. Em sua última vinda, comemorou seu aniversário de 80 anos com a equipe do festival, com direito a um bolo temático.

BIOGRAFIA
Felipe M. Guerra se tornou um biógrafo do diretor italiano. O resultado de sua pesquisa resultou no filme "Deodato Holocaust". Guerra dá seu depoimento: “A história de vida do Deodato é inacreditável e eu sempre achei curioso que ninguém nunca a tivesse transformado em documentário antes da gente”. E completa: “Ele começou trabalhando como mestres como Roberto Rossellini e dirigindo todo tipo de filme, de comédias musicais a aventuras policiais. Mas acabou marcado pelo resto da vida por causa da polêmica de ‘Cannibal Holocaust’. Esta obra-prima primeiro destruiu a carreira de Ruggero, que teve problemas judiciais, com a censura, e ficou muito tempo sem conseguir trabalho. Vinte anos depois, quando o formato found footage fica popular no cinema de horror com ‘A Bruxa de Blair’, a mesma obra ressuscitou o interesse por Deodato quando ele estava praticamente esquecido. Então um mesmo título controverso levou-o do inferno ao céu, um plot twist incrível!”.


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