A sonoridade das cordas em família em Porto Alegre

Nesta terça-feira, dia 3 de janeiro, às 11h30min, ocorre o primeiro recital da série Recitais Casa da Música: Nobres Recitais da temporada 2023. Nesta apresentação, a Casa da Música Poa recebe o Duo Ribeiro, formado pelos paulistas Alexandre Ribeiro e Gabriel Ribeiro, que são pai e filho. Os músicos tocam instrumentos de cordas como violão, alaúde, teorba e guitarra romântica, interpretando de Johann Sebastian Bach (1685-1750) a peças autorais. Os ingressos podem ser encontrados na sede da Casa da Música Poa, localizada na Rua Gonçalo de Carvalho, 22, próximo ao Shopping Total ou pelo @casadamusicapoa. 

Alexandre Ribeiro e Gabriel Ribeiro, pai e filho, exploram as sonoridades de instrumentos de cordas como violão, alaúde, teorba e guitarra romântica, apresentando um repertório eclético. No programa do final da manhã desta terça-feira, estão composições como “Le rossignol” – duo de alaúde (anônimo), “Twenty ways upon the bell” – duo de alaúde, composição de Thomas Robinson, do The Schoole of Musicke, em 1603. Outras canções como “Melodia para Gabriel” – alaúde solo (C. Quinsler), “4 Branles” – duo de alaúde (Adrian Le Roy) e quatro obras em sequência de Johann Sebastian Bach: “Prelúdio BWV 1007” para teorba solo, “Coral de Bach: O Haupt”, para teorba e violão; “Adagio” para teorba e violão, e “Arioso”, igualmente para teorba e violão. O programa se encerra com a “Ave Maria” de Franz Schubert, executada pelo duo ao teorba e violão; “Quase um Improviso” em execução de violão solo pelo próprio autor, Gabriel Ribeiro, prodígio de apenas 15 anos de idade, fechando com a tocata “Arpegiatta e Canario”, executada pelos instrumentos  teorba e guitarra romântica, em peça de autoria de Giovanni Girolamo Kapsberger (1580-1651).  

Formado por Gabriel Ribeiro, vencedor dos concursos nacionais de violão Fito (2015), Souza Lima (2016) e Musicalis (2017), e por Alexandre Ribeiro, um dos principais teorbistas do país, o inusitado duo de pai e filho estreou em 2015, em Ribeirão Preto, tendo feito apresentações em concertos e eventos por todo o Brasil. Foi destaque em jornais e programas como Estadão, G1, VejaSP, Antena Paulista. Em seus recitais, o duo apresenta um repertório eclético e cativante, que conta com peças originais e transcritas, que vão de J.S. Bach a Luiz Gonzaga, passando por músicas autorais e de outros compositores. Em 2020, o duo fez uma aclamada turnê pela Argentina, onde retornou em 2022, desta vez utilizando o alaúde renascentista. Em todas as apresentações que realizam, pai e filho contextualizam as obras e os instrumentos utilizados, dialogando com o público. 

Vale a pena lembrar que, com exceção do violão, que é um instrumento mais popular no país e consequentemente no Rio Grande do Sul, os demais instrumentos de cordas são um pouco diferenciados, um pouco mais complexos, como é o caso do teorba, criado no século XVI na Itália. O nome refere-se a uma variedade de instrumentos similares ao alaúde, de braço longo, com uma caixa de tarraxas.  O instrumento comporta dois tipos de cordas musicais: o grande conjunto e o pequeno conjunto. O pequeno conjunto é o registro musical normal do alaúde. Ele é composto geralmente de seis cordas simples, longas e finas, de tripa, que permitem a modificação da altura dos sons com os dedos da mão esquerda. O grande conjunto é o registro mais grave, ele tem geralmente 8 cordas simples de tripa. Elas não passam sobre o ponto de toque e são tocadas no vazio. O timbre é mais rico e sua vibração prolonga-se longamente, o que permite sustentar a harmonia.