A visão da crítica diante de Roberto Carlos

A visão da crítica diante de Roberto Carlos

Livro "Querem Acabar Comigo", de Tito Guedes, repassa a obra do cantor e compositor, que completa 80 anos nesta segunda, até o ano de 2018

AE

Livro de Tito Guedes analisa a carreira de Roberto Carlos desde o início até o ano de 2018

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"Fui o alvo perfeito, muitas vezes no peito atingido." Embora seja mais uma canção de amor da dupla Roberto e Erasmo Carlos, os versos de Fera Ferida, lançada em 1982, podem ser tomados emprestados para definir a discussão proposta pelo livro Querem Acabar Comigo - Da Jovem Guarda ao Trono, a Trajetória de Roberto Carlos na Visão da Crítica Musical, de Tito Guedes. 

Como o título indica, o autor, de 24 anos, repassa a obra do cantor e compositor por meio dos textos escritos por críticos entre as décadas de 1960 até o ano de 2018, quando Roberto lançou seu último álbum - Amor Sin Limite, cantado em espanhol. Eles nem sempre foram generosos com a obra do rei. Pelo contrário. "Debiloide", "compositor de música de fotonovela", "acomodado", "repetitivo" e "apelativo" foram alguns adjetivos usados na fase da Jovem Guarda e quando ele e Erasmo se dedicaram à temática erótica de músicas como Cavalgada e Os Seus Botões. Em outras ocasiões, redimiram o cantor com as elogiosas qualificações de "rei", "genial" e "decifrador do inconsciente coletivo". Enquanto isso, Roberto vendia milhões de cópias.

Guedes não julga a opinião dos críticos, mas indica como eles podem ter sido implacáveis com Roberto ao jogá-lo na velha discussão sobre o que é brega ou de bom gosto. Para eles, Roberto esteve sempre nesse limite. Gravações de Elis Regina, Gal Costa, Maria Bethânia e Nara Leão para suas canções eram chanceladas enquanto o disco que Waldick Soriano dedicou ao repertório do rei recebeu carimbo de cafona. "O Roberto ocupa um lugar muito singular dentro da música brasileira. Ele não viveu nenhum momento de ostracismo. A relação da crítica com ele é mais específica ainda, pois revela discussões que extrapolam a música popular. Os textos mostram como a imprensa enxerga a cultura do País", diz Guedes, que originalmente escreveu o trabalho para a conclusão do curso de Estudos de Mídia na Universidade Federal Fluminense (UFF), em 2019. Embora em alguns momentos não relacione a produção musical do artista com seus colegas da época, o livro levanta importantes discussões. Uma delas parte de uma afirmação do poeta Augusto de Campos, que aproxima Roberto da bossa nova de João Gilberto em contraponto à chamada MPB feita à época, na era pré-Tropicalismo - movimento que estendeu a mão ao cantor.

O pesquisador Paulo Cesar de Araújo, autor do proibido Roberto Carlos em Detalhes, prepara para o fim do primeiro semestre um novo livro. Roberto Carlos Outra Vez Volume 1 vai recontar os fatos entre os anos de 1941 e 1970, sempre partindo de uma das músicas que o rei gravou. Um segundo volume tem previsão de publicação para o fim do ano. Sobre as turbulências da época em que Roberto pediu a retirada da biografia Em Detalhes das lojas, Paulo diz: "Aquilo ficou totalmente no passado". Outro perfil biográfico a ser lançado sobre o cantor é Roberto Carlos - Por Isso Essa Voz Tamanha, do jornalista Jotabê Medeiros.As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>


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