Academia recebe críticas após decidir entregar prêmios do Oscar durante intervalo
Premiação está marcada para acontecer no próximo dia 24
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A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas revelou na segunda-feira que decidiu quebrar este ano a tradição de apresentar todas as 24 categorias do Oscar durante a transmissão televisiva ao vivo da cerimônia de premiação.
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Na noite de 24 de fevereiro, quando será realizada a 91ª cerimônia do Oscar, quatro categorias serão apresentadas durante o intervalo comercial. As escolhidas para o corte foram fotografia, edição, curta-metragem e maquiagem e penteado. De acordo com o site Hollywood Reporter, o presidente da Academia, John Bailey, anunciou que a entrega destes quatro prêmios poderá ser assistida, ao vivo, no site do Oscar. Ainda durante a transmissão pela TV, serão exibidos os discursos gravados dos vencedores.
Bailey também prometeu, em e-mail enviado a membros da Academia, que as quatro categorias estarão de volta à transmissão ao vivo no ano que vem, quando novas quatro ou seis categorias devem ser escolhidas para ficar de fora. A ideia central, segundo o Hollywood Reporter, é ganhar tempo na transmissão, já que serão cortadas as cenas dos vencedores das quatro categorias caminhando até o palco e seus discursos podem ser editados, se ficarem muito longos. "Nosso show precisa evoluir para continuar promovendo, com sucesso, os filmes para audiências globais", disse Bailey no e-mail.
Além da transmissão ao vivo das outras 20 categorias, a cerimônia do Oscar vai contar com apresentações das cinco músicas indicadas na categoria de melhor canção original, além de um segmento musical com a Filarmônica de Los Angeles (EUA), na hora de relembrar os mortos do último ano, na seção "In Memoriam".
Críticas
A decisão da Academia, no entanto, gerou polêmica. O cineasta mexicano Guillermo Del Toro, vencedor do prêmio de melhor filme no ano passado com A Forma da Água, foi um dos primeiros a criticar a mudança. "Não quero presumir quais categorias devem ser cortadas durante o Oscar, mas fotografia e edição estão no coração do que nós fazemos", escreveu o ator no Twitter. "Eles não são herdados de uma tradição teatral ou literária: são o próprio cinema", reforçou.
If I may: I would not presume to suggest what categories to cut during the Oscars show but - Cinematography and Editing are at the very heart of our craft. They are not inherited from a theatrical tradition or a literary tradition: they are cinema itself.
— Guillermo del Toro (@RealGDT) 12 de fevereiro de 2019
O favorito ao prêmio de fotografia deste ano, o também mexicano Alfonso Cuarón, que concorre por Roma, compartilhou a publicação de Del Toro em seu próprio Twitter e em seguida escreveu sobre o assunto. "Na história do cinema, obras-primas não teriam existido se não fosse por som, cor, roteiro, atores e música", afirmou. "Nenhum filme jamais existiu sem fotografia e sem edição." Em sua publicação, em inglês, o diretor destacou que a categoria de fotografia, no original "cinematography", leva a palavra cinema no próprio nome.
In the history of CINEMA, masterpieces have existed without sound, without color, without a story, without actors and without music. No one single film has ever existed without CINEMAtography and without editing.
— Alfonso Cuaron (@alfonsocuaron) 12 de fevereiro de 2019
Por fotografia, concorrem com Cuarón na categoria Lukasz Zal por Guerra Fria, Robbie Ryan por A Favorita, Caleb Deschanel por Nunca Deixe de Lembrar e Matthew Libatique por Nasce Uma Estrela.
Já na categoria de edição, estão na disputa Barry Alexander Brown por Infiltrado na Klan, John Ottman por Bohemian Rhapsody, Yorgos Mavropsaridis por A Favorita, Patrick J. Don Vito por Green Book: O Guia e Hank Corwin por Vice.
Por maquiagem e penteado, concorrem Göran Lundström e Pamela Goldammer por Border, Jenny Shircore, Marc Pilcher e Jessica Brooks por Duas Rainhas e Greg Cannom, Kate Biscoe e Patricia Dehaney por Vice.
Este ano, os curta-metragens em live-action que disputam a estatueta do Oscar são Detainment , de Vincent Lambe e Darren Mahon; Fauve, de Jérémy Comte e Maria Gracia Turgeon; Marguerite, de Marianne Farley e Marie-Hélène Panisset; Mother, de Rodrigo Sorogoyen e María del Puy Alvarado; e Skin, de Guy Nattiv e Jaime Ray Newman.