Alexander McQueen é homenageado com mostra em Londres
Já foram vendidas mais de 70 mil entradas
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A partir deste sábado, os visitantes poderão conhecer as 240 peças que ajudaram a definir o estilo diferente e em muitas ocasiões estranho de McQueen, na maior exposição de moda que já aconteceu no museu. A curadora da exposição, Claire Wilcox, descreve McQueen como "um dos estilistas mais influentes de sua geração, que impactou com seus desfiles espetaculares e poderosos". A mostra, diz a curadora, é um reflexo de sua "complexa narrativa, trabalho artesanal do mais alto nível", e sua obsessão romântica com a natureza.
Nas primeiras salas são exibidas suas habilidades técnicas, adquiridas como aprendiz em Savile Row, a rua dos melhores alfaiates de Londres e provavelmente do mundo, com seu corte preciso das curvas e silhuetas exageradas que se transformaram em sua marca registrada.
Louise Rytter, pesquisadora assistente do Victoria and Albert, explica que McQueen era um ávido consumidor de documentários sobre a natureza, o que se reflete no uso de animias em suas peças, desde pluma de faisão e ganso até cascos, cabeças de crocodilos e galhadas. Algumas das peças são inspiradas em gazelas e outras invocam avestruzes.
"Acho que a natureza o inspirava porque é imprevisível e selvagem", diz Rytter. O lado selvagem de sua própria personalidade, recentemente descoberto em uma polêmica biografia, se expressa em uma sala cheia de manequins com máscaras de couro e vestidos gótico-vitorianos.
Inspiração para estilistas A visão de McQueen da moda como uma forma expressiva e sua exploração de temas históricos e políticos levaram Rytter a dizer que ele pode ser classificado como um "artista no sentido mais verdadeiro".
"Introduziu tantos elementos do mundo da arte", diz Rytter, acrescentando que ele e seus colaboradores do movimento Arte Jovem Britânica (Young British Art) contribuíram para levar a cultura dominante britânica para era moderna.
Sua sensibilidade política e histórica pode ser apreciada em uma sala em que uma fila de manequins com o kilt, famosa saia escocesa fruto de seu orgulho pelas raízes familiares, estão cara a cara com um conjunto de vestidos império em vermelho, branco e dourado, com plumas, peles e joias.
A sala lembra seu desfile de 1995 "Highland Rape", "o estupro das Terras Altas" da Escócia, que explorou os maus tratos dados historicamente à esta região pelos governantes ingleses e que contribuiu para aumentar sua fama de "enfant terrible". Como reflexo de seu amor pelo macabro, un gabinete de curiosidades mostra dezenas de roupas e acessórios extravagantes.
Na parte mais impressionante, a modelo e amiga Kate Moss aparece como um holograma gigante vestida com um de seus etéreos vestidos brancos de plumas. Jaana Jatyri, especialista em tendências de moda e uma das primeiras a visitar a exposição, disse que a mostra vai aumentar a lenda em torno de McQueen. "Foi uma inspiração para os consumidores de moda e também para os estilistas", disse. "Ressucitará, tenho certeza, graças à esta exposição".