Ana Cañas para amar e mudar as coisas em Porto Alegre
Cantora e compositora paulistana de 43 anos traz de volta à capital gaúcha o show “Ana Cañas Canta Belchior” nesta sexta-feira, 21h, no Auditório Araújo Vianna
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Depois do grande sucesso do show realizado em agosto de 2023, no Opinião, Ana Cañas retorna a Porto Alegre com mais uma data da turnê “Ana Cañas Canta Belchior”. O espetáculo será realizado hoje, às 21h, no Auditório Araújo Vianna (Osvaldo Aranha, 685). Ingressos na Sympla. “Viver o Belchior foi o maior aprendizado da minha vida artística, porque ele exige um estado de latência, de abertura metafísica, emocional e filosófica muito grande. Se você não colocar toda a sua alma, a sua verdade e a sua emoção nas letras e músicas de Belchior, a magia não acontece”, aponta a cantora e compositora paulistana de 43 anos.
A apresentação, que foi concebida como uma live durante a pandemia e transformada recentemente num CD/DVD ao vivo, reúne alguns dos principais sucessos do cantor e compositor cearense, como “Sujeito de Sorte”, “Velha Roupa Colorida”, “Alucinação”, “Apenas um Rapaz Latino-Americano” e “Como Nossos Pais”. No repertório, ainda está uma canção de Belchior, que era inédita até o início da turnê com mais de 150 shows, chamada “Um Rolê no Céu” e dada de presente pelos filhos do cantor, Mikael e Camila.
“Belchior está vivíssimo no coração do povo brasileiro e cantá-lo tem me ensinado muito sobre o nosso país, sobre a perenidade das canções. Porto Alegre nos recebeu com muita alegria no ano passado e estamos de volta!”, afirma Ana. No palco, ela estará acompanhada por Fabá Jimenez (guitarra e violão), Rovilson Pascoal (violões e dobro), Bruno Marcucci (teclado), Estevan Sinkovitz (baixo) e Douglas Maiochi (bateria). Para este show, no Araújo Vianna, Ana convidou o músico gaúcho Humberto Gessinger para uma participação especial. "Sou fã da caminhada do Humberto e ele gravou "Alucinação". Vejo conexões artísticas entre os dois (ele e Belchior) e foi uma alegria quando ele aceitou o meu convite”, conta Ana, para quem “amar e mudar interessa mais”.
Sobre o que torna este show diferente dos demais tributos a Belchior, Ana diz: “Acho que algumas similaridades com o Belchior podem definir por que o tributo é especial. Ele tem seis planetas em Escorpião e eu, quatro. Acho que isto nos coloca em um lugar próximo de intensidade, catarse, delírio, paixão, passionalidade, aguerrimento, de se posicionar, acreditar na igualdade, na justiça social. Creio que cantando Belchior aprendi que ele fala com todas as camadas da sociedade. Sou apaixonada por isto que ele conquistou”.
Ana Cañas ressalta que se transformou totalmente cantando este repertório. A respeito da ligação estreita com Porto Alegre, Ana destaca que passou um mês em 2023 um mês na Capital. “Eu consegui entender melhor a cidade, a cultura e as pessoas. Porto Alegre ressignificou a minha relação com andar sozinha na cidade. Foi possível isto, pois as pessoas são mais resguardadas. É um povo que é mais fechado, mas quando entende e abraça, se transforma em um amor eterno e isto é uma parábola da relação com o Belchior, que morreu em Santa Cruz, em 2017. Ele nasce no Ceará, vive em São Paulo e morre no Sul. Ele abraça a noção de Brasil total”, finaliza.