Anavitória prolonga o Dia dos Namorados
Em show romântico e intimista, dupla apresentou repertório focado em canções de amor
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Para os corações mais apaixonados, o clima gelado de uma noite de outono não foi o suficiente para impedir a atmosfera calorosa para a continuação do dia mais romântico do ano. O duo, formado por Ana Caetano e Vitória Falcão, com as suas vozes suaves e composições doces, mostrou todo o potencial introspectivo e sentimental da “Turnê dos Namorados” na última terça-feira, 13, no Auditório Araújo Vianna, para um público formado principalmente por casais.
Dispensando a banda de apoio para esse projeto, as meninas agora têm o palco inteiramente para si e apostam no conceito minimalista para fundamentar o espetáculo: baixa luminosidade, delicada e quase imperceptível mudança de projeções visuais e instrumentalização que se limita ao uso do violão e piano. Elas, com longos vestidos vermelhos e cabelos livremente soltos, sentam em seus banquinhos e deixam a mostra os pés descalços. A sensação é de intimidade e descontração, quase como se Ana e Vitória estivessem, na verdade, se apresentando diretamente de suas casas.
O repertório, que foi milimetricamente pensado para ser cantado de maneira declaratória, teve o seu início com a música “Porque Eu Te Amo” e, ali, prova que há, de fato, mágica nas belíssimas harmonias vocais na união de duas vozes distintas — e, ao mesmo tempo, complementares. A dupla, que está respectivamente com 28 e 27 anos de idade, mostra toda a maturidade de uma carreira marcada por sucessos na trajetória de quatro álbuns de estúdio, um filme de autoficção e prêmios no Grammy Latino nas categorias de Melhor Canção em Língua Portuguesa com “Trevo (Tu)” e Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa com “O Tempo É Agora”.
Em meio aos hits autorais “Pupila”, “Ai, Amor”, “Fica”, “Preta”, “Cor De Marte” e “Agora Eu Quero Ir” e as versões covers de “Relicário” e “Partilhar”, interações divertidas fazem parte dos momentos mais espontâneos e informais do show — com direito a brincadeiras com os fãs, sotaque gaúcho e o frio sulista.
Apesar de ser a maioria, engana-se quem acha que só haviam casais presentes. O público também foi formado por grupos de amigos, famílias e crianças, que cantavam em alto e bom som as letras das canções.
E, talvez, esse seja exatamente um dos principais motivos da dupla transitar com maestria naquilo que une o sucesso de público e a aclamação crítica: cada vez mais maduras e confiantes, Anavitória se mostra disposta a fazer apostas proporcionalmente mais elevadas — sem deixar de lado a essência romântica de cantar as formas do amor com nuances singelas e cotidianas. E, ali, entre as frequências sonoras, o coração da dupla parece bater mais forte do que nunca.