Após gala, o Metropolitan Museum of Art expõe legado do 'camaleão' Karl Lagerfeld

Após gala, o Metropolitan Museum of Art expõe legado do 'camaleão' Karl Lagerfeld

Esta primeira grande retrospectiva do estilista, desde a sua morte em fevereiro de 2019, na qual são exibidos 150 figurinos

AFP

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Após as extravagâncias do seu evento de gala, no começo da semana, o Metropolitan Museum of Art (MET) de Nova York dá prosseguimento à sua homenagem a Karl Lagerfeld (1933- 2019) com uma grande exposição sobre o estilista "camaleônico", que deixou sua marca na moda e na cultura.

Um astro conhecido tanto por seu estilo quanto por sua personalidade forte e seus desfiles espetaculares no Grand Palais de Paris, o "Kaiser" percorreu mais de 60 anos de moda.

Até à sua morte, em 2019, ele passou por casas como Chanel (1983-2019), Fendi (1964-2019) e Chloé (1963-1983), como um "camaleão que passava de uma marca para outra", comentou Andrew Bolton, curador-chefe do departamento de moda do MET (The Costume Institute) e da exposição.

Lagerfeld foi "um criador total, que fazia tudo, dos acessórios, cosméticos às roupas" e conseguiu casar "arte e comércio, criando um modelo para a indústria da moda", descreveu Bolton.

 O criador antes do homem 

Esta primeira grande retrospectiva desde a sua morte, intitulada "Karl Lagerfeld: a Line of Beauty" (5 de maio a 16 de julho), explora a dualidade do artista, mestre da reinvenção, que adaptou o famoso terno de tweed da Chanel a uma minissaia, para rejuvenescer a marca.

"Você pode se inspirar em uma ideia do passado, mas, se ela for retomada como era, ninguém irá querê-la", dizia Lagerfeld, conhecido por seus aforismos.

Os cerca de 150 figurinos, acompanhados de seus croquis desenhados à mão, estão expostos em salas onde dialogam temáticas aparentemente opostas: feminino/masculino, romântico/militar, rococó/clássico e histórico/futurista.

Um casaco Fendi cheio de peles que caem de forma totalmente desestruturada, um vestido de noiva imponente decorado com camélias, lantejoulas e penas de avestruz e um macacão Chanel sobre uma jaqueta com grandes botões são algumas peças da mostra. Bordados meticulosos feitos à mão combinam-se com cintos de fivelas largas e calças jeans, numa referência ao streetwear. Os conjuntos preto e branco que ele tanto gostava se misturam a vestidos de cores explosivas e florais.

A exposição, que conta com o apoio da Chanel, Fendi e da sacerdotisa da moda Anna Wintour, faz poucas referências à personalidade forte de Lagerfeld e sua vida privada. Algumas vozes se mostraram incomodadas com o fato de o MET ter homenageado o estilista, que criticou as mulheres curvilíneas e o movimento #MeToo.

"A exposição se concentra no Karl criador. Portanto, mais em suas obras do que em suas declarações", justificou Bolton. No fim da visita, "descobrirão o Karl homem, o mito que criou. Não incluímos seus comentários mais polêmicos e insultantes".

"Não me importo com o que as pessoas dizem. O importante é que digam algo", escreveu Lagerfeld em 1954, em carta à sua mãe, Elisabeth, quando iniciava uma carreira brilhante na casa de moda Balmain.

No fim da vida, o homem que se escondia atrás de óculos escuros não escapou de suas próprias críticas: "Sou uma caricatura de mim mesmo."

A exploração da trajetória e personalidade deste estilista icônico está longe de terminar. A BBC acaba de dedicar a Lagerfeld o documentário "The Mysterious M. Lagerfeld", e a Disney+ prepara uma série sobre o "Kaiser Karl", protagonizada pelo ator Daniel Brühl.


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