Apaixonados pelo RS, Jota Quest toca em Porto Alegre neste sábado

Apaixonados pelo RS, Jota Quest toca em Porto Alegre neste sábado

Rogério Flausino conversou sobre apresentação no Araújo Vianna e outros temas

Luiz Gonzaga Lopes

Flausino: "No RS, fizemos a metade de toda a vendagem do primeiro disco"

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Depois de passar alguns anos viajando com os álbuns cheio de groove “Funky Funky Boom Boom” e “Pancadélico”, o Jota Quest vai trazer novamente para Porto Alegre, neste sábado, mais um espetáculo da sua turnê totalmente desplugada.

Baseado no repertório do CD e DVD “JotaQuest Acústico – Músicas Para Cantar Junto”, que chegou às lojas e aos serviços de streaming em 2017, o grupo mineiro formado por Rogério Flausino, PJ, Marco Túlio, Paulinho Fonseca e Márcio Buzelin subirá ao palco do Auditório Araújo Vianna às 21h para apresentar seus grandes hits em versão acústica, como “Dias Melhores” e “Amor Maior”. Além destes clássicos, o Jota também irá abrir espaço no repertório para canções inéditas, como “Morrer de Amor” e “Pra Quando Você se Lembrar de Mim”.



Os ingressos estão praticamente esgotados. Restam apenas tíquetes de plateia alta na bilheteria do Teatro do Bourbon Country e pelo site Uhuu. No domingo, a banda se apresenta no Teatro da Univates, em Lajeado.

O vocalista Rogério Flausino conversou com Correio do Povo e relembrou momentos da carreira, além de anunciar a participação especial de Thedy Corrêa no show deste sábado na Capital.  

Paixão pelo Rio Grande do Sul

"A gente era uma banda mineira iniciante. Lançamos o disco nacional. A gente tinha feito abertura do show do Skank em Rio de Janeiro e São Paulo. Ligou um louco para a gente para fazer 20 shows no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Foi entre abril e maio de 1997. Faz 21 anos. A meninada nos aguardando e a gente chegando para tocar no Expresso 356, em São Leopoldo e no dia seguinte no famoso Bar Opinião. A gente estava longe demais das capitais, como diria Humberto Gessinger.

Aí chegamos e a galera toda pirada cantando as músicas da banda, numa época antes de internet, antes de nada, porque a Ipanema FM começou a tocar, a galera começou a ouvir. Moral da história, voltamos para RS e SC. Foi o primeiro estouro da banda. Para você ter uma ideia, o primeiro disco Jota Quest, o das perucas vendeu 120 mil cópias e 60 mil foram só no Rio Grande do Sul.

A campanha foi tão louca que depois tocamos no Planeta Atlântida, em 98. Nossa relação com o Estado é afetiva mesmo. Tem uma música nossa que diz que "Só Se Leva o Amor". O que ficam são as relações sentimentais, a grana e o resto vão embora".

Acústico

"Para gravar o Acústico, a gente ficou sete meses preparando. É um registro audiovisual. Então, a gente preparou os arranjos e todo o espetáculo. Este registro vem da vontade de a gente fazer um Acústico, parece mentira, mas não tínhamos ainda este material em 25 anos de carreira. Passamos direto pelos Acústicos MTV, mas em compensação o nosso Ao Vivo – MTV é o maior disco da história da banda, com 1,5 milhão de cópias vendidas.

O Acústico chegou num momento maravilhoso, de maturidade artística, no qual você pode olhar com mais delicadeza e cuidado necessário, jogar os arranjos no chão, desconstruir, refinar, ser mais musical, é mais fácil com esta idade. Não foi fácil fazer este CD e DVD, pois estávamos apegados àquilo que a gente fazia sempre, mas depois que a gente fez, nós vimos, pela reação das pessoas, caraca, nós temos aqui uma coisa muito forte nas mãos, tem tudo para ser um divisor de águas da nossa trajetória e os projetos precisam ser divisores de águas."

Convidado especial

"Para este show em Porto Alegre, eu convidei meu amigo e mano Thedy Corrêa, do Nenhum de Nós. É o nosso convidado especial. Está rolando um astral muito legal para este show, estamos comemorando a existência, a insistência da banda. Se você gostar, vai gostar muito. Estão dizendo para nós que o show tá massa, tá gosto, está emocionante."

Músicas novas

"Temos várias músicas novas. Tem a que está tocando atualmente, que a gente gravou com o Falcão, do Rappa, “Você Precisa de Alguém”, tem também a Vida e Outras Histórias, uma parceria com o Leoni. Era para a gente estar lançando neste final de semana mais duas faixas que não estão no DVD e que a gente gravou ao vivo em São Paulo, que eram do primeiro CD: “Vou pra Aí” e “Onibusfobia”.

A ideia é ficar lançando digitalmente até o final do ano uns singles de músicas que a gente gravou ao vivo, mas que ficaram de fora do Acústico. Vai retomar o início. Antes de sair o álbum inteiro, a gente lançou 10 músicas. Agora, a gente vai fazer ao contrário, colocar o que ficou de fora."

Shows

"Neste 12 de maio, estamos fazendo o primeiro retorno a Porto Alegre. Na semana passada, fizemos shows em Brasília e Goiânia que não tinham assistido ainda. Nas semanas anteriores, foram os repetecos em São Paulo e Belo Horizonte. Tem muita gente para assistir a estes shows neste país gigante que nós vivemos. Está muito gostoso de fazer e muito gostoso de assistir. Temos relatos entusiasmados do Brasil inteiro."

Momento da música brasileira

"Acho que o jeito romântico seria a gente sempre ouvir só o que a gente gosta. Eu sou da família do rock, de música popular brasileira, de música mais cabeça, apesar de sermos mais pop, temos esta nossa devoção a black music e a disco. De repente, de tempos em tempos, o vento muda, o mercado muda, a gente se sente preterido. Pelo lado não romântico da coisa, é isto, mano, as coisas estão mudando, a velocidade está mudando, o jeito de consumir música está mudando.

O investimento em cima da música que era baseado em faturamento pelas gravadoras. Esta estrutura foi quebrada. Abriu espaço para que outras corporações fossem lá e fizessem o seu trabalho e dominassem o show business desta forma peculiar. A gente não pode deixar de aplaudir o que é bem feito. Se o cara conseguiu se conectar com o público, ele tem o seu valor. Prefiro correr atrás do prejuízo e tentar fazer um produto dentro do nosso conceito e trabalhar dobrado, do que ficar reclamando."

O que você está ouvindo

"Estou com a chave virada, numa fase mais introspectiva, ouvindo os clássicos. Gosto muito do Coldplay, por exemplo. Estamos num momento de muita opressão no país, então estou na vibe de ouvir algo mais tranquilo. Gosto de Natiruts, coloco e deixo rolando. Ouço o Lounge, do Spotify. Não estou na fase de escarafunchar. Tem um trampo novo do meu irmão, Wilson Sideral, que se chama Tropical Blues; tem esta música e clipe de “Breakdown”, do Bag Riders, tem o trabalho de Dani Velocet, enfim tem muita gente boa."

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