Artista Marianita Linck comemora 93 anos com lançamento de livro que conta sua trajetória

Artista Marianita Linck comemora 93 anos com lançamento de livro que conta sua trajetória

Ceramista fala sobre seus 70 anos trabalhando com a cerâmica

Vera Pinto

Artista Marianita Linck comemora 93 anos com lançamento de livro que conta sua trajetória

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Narrado em primeira pessoa, contando como foi seu percurso artístico, “Cerâmica, um Caminho de Vida: Marianita Linck” traz o registro de 70 anos dedicados à cerâmica, tanto nas áreas da pesquisa como do ensino e produção de obras, que resultaram em exposições.

No dia 19 de abril, data em que comemora 93 anos de vida, Marianita fará uma sessão de autógrafos de sua obra, na galeria Tina Zanapolli (rua Paulino Teixeira, 35, bairro Rio Branco). A sessão será das 19h às 21h. O livro será distribuído em bibliotecas, instituições de ensino e centros culturais. Na ocasião ela também inaugura mostra ilustrativa de sua carreira.

Uma das fundadoras da Associação dos Ceramistas do Rio Grande do Sul (Acergs) e precursora do curso de Bacharelado em Cerâmica do Instituto de Artes (IA) da Ufrgs, em 1986, único no Brasil até então, a artista de 93 anos foi homenageada no Prêmio Açorianos de Artes Plásticas 2016, pela relevância de seu percurso. Na cerimônia em que estavam presentes vários de seus alunos, hoje atuantes no cenário artístico ou acadêmico, ela foi aplaudida de pé, por longos minutos.

“Amassar o barro, compor as massas, testar pigmentos, tratar as superfícies com as mais diversas texturas e esgrafitos, escolher as tintas, acompanhar as queimas. A expectativa de abrir o forno sempre foi um reencontro comigo mesma”, diz a porto-alegrense.

O trabalho foi desenvolvido ao longo de um ano, período necessário para recuperar as obras espalhadas por vários lugares, entre museus, galerias e colecionadores, para o registro. Para ajudá-la nesta tarefa, convidou a pesquisadora e docente do IA, Blanca Brites, que havia sido sua aluna de Cerâmica na universidade e tornou-se sua amiga.

Marianita conta que sua família é grande e não teve como acompanhar sua trajetória, assim como seus alunos, já que muitas peças eram vendidas. “Tive um ano para lembrar o que tinha feito e tinha tudo organizado, mas não pensei que fosse tão trabalhoso”, fala, sobre o processo.

Ela começou a lecionar como professora de artes em 1946 em instituições como o Colégio de Aplicação e Júlio de Castilhos, sempre produzindo em paralelo. E quando ingressou no IA, em 1968, criou infraestrutura e buscou condições, agregando pessoas que trabalhavam com cerâmica. Segundo Blanca, “ela fazia toda uma pesquisa e isso não era habitual na época”. Todo um processo de registro de experimentação de materiais foi registrado e sistematizado. “Este enfoque com trabalho mais científico traz o processo e não apenas a parte estética”, acrescenta a organizadora da obra.

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