As cores tropicais de Glauco Rodrigues

As cores tropicais de Glauco Rodrigues

Mostra de obras com temas de identidade brasileira do artista bageense abre nesta terça-feira no Margs

Correio do Povo

Uma das obras da mostra "Tropicália" que abre nesta terça-feira no Margs, com seleção de 49 trabalhos do artista

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O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) apresenta a exposição “Glauco Rodrigues — Tropical”, a partir desta terça-feira,  dia 20 de dezembro, às 10h, ocupando duas salas no 2º andar do prédio.  Artista nascido em Bagé, Glauco Rodrigues (1929-2004) ficou notabilizado pela sua atuação nas importantes realizações do denominado “Grupo de Bagé” e dos Clubes de Gravura criados nos anos 1950. Assim, seu nome costuma figurar junto aos de artistas como Glênio Bianchetti, Danúbio Gonçalves e Carlos Scliar. Neste período, a obra de Glauco foi relacionada à representação do homem e das paisagens do campo, do trabalho rural da pecuária e dos tipos e costumes regionais — ligado, portanto, ao gaúcho e à cultura campeira sulina.

Depois de partir no final dos anos 1950 para experiências no Brasil e na Europa, fixando-se a seguir no Rio de Janeiro, Glauco dá um direcionamento ao seu trabalho em que passa a fazer da história e da cultura brasileiras o maior interesse e tema privilegiado de sua produção. A exposição enfoca esse “Glauco tropical”, que surge nos anos 1960, explorando os temas de uma identidade brasileira vivenciados a partir da experiência carioca.

Com seu inconfundível grafismo e colorido na figuração de acento pop, são obras nas quais Glauco explora fatos, estereótipos, tipos e complexidades da história e da cultura brasileiras, de forma crítica e analítica, conforme explicam os curadores Francisco Dalcol e Cristina Barros, ambos do Margs. A mostra apresenta seleção de 49 obras do Acervo Artístico do Margs, onde o artista está representado por mais de 300 trabalhos. A maior parte foi adquirida em 2018, com a doação de Norma de Estellita Pessôa, viúva de Glauco. Desde então, essas obras foram sendo submetidas a processos de restauração, para estarem em condições de exibição. 

“Glauco Rodrigues — Troplica” integra dois programas expositivos em operação no Museu que são aqui interligados: “Histórias ausentes”, voltado a resgates e revisões históricas, e “História do Margs como história das exposições”, que aborda a história institucional do Museu. O Margs fica na Praça da Alfândega, s/n°, no Centro Histórico da Capital. Visitação de terças a domingos, das 10h às 19h (último acesso às 18h), até 16 de abril de 2023. Com entrada gratuita. 

Glauco Rodrigues
Glauco Rodrigues nasceu em Bagé em 1929 e morreu no Rio de Janeiro em 2004. Foi pintor, desenhista, gravador, ilustrador e cenógrafo. Sua obra explora a figuração tanto realista como mais lírica, destacando-se a de cunho pop, entremeada por incursões no abstracionismo informal. Começa a pintar em 1945, como autodidata. Ainda em Bagé, integra com artistas como Clóvis Chagas e Glênio Bianchetti o grupo que se aglutina em torno do poeta Pedro Wayne, de influência vanguardista, e que passa, em 1948, a ter aulas com o pintor carioca José Moraes, vindo de formação na Escola Nacional de Belas Artes — ENBA e de lições com Quirino Campofiorito e Portinari. Em 1951, funda o Clube de Gravura de Bagé, com Glênio Bianchetti e Danúbio Gonçalves. Fixa-se em Porto Alegre e participa do Clube de Gravura criado na cidade por Carlos Scliar e Vasco Prado. Mais recentemente, em 2016, ele foi lembrado pelo lançamento do do documentário “Glauco do Brasil”, de Zeca Brito.


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