Ativistas do Femen invadem show de Woody Allen na Alemanha
As duas mulheres protestaram contra "cultura do silêncio" sobre agressões sexuais denunciadas por Dylan Farrow
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"Recordaram ao mundo e aos fãs de jazz que Allen não é apenas este encantador cineasta neurótico, músico e ator", explicou no Facebook o Femen-Alemanha. Em uma gravação do grupo é possível ouvir as vaias do público às ativistas, assim como o cineasta, de 81 anos, perguntando aos músicos o que as mulheres estavam gritando em alemão.
Seguranças retiraram as manifestantes do local e a apresentação continuou após alguns minutos. De acordo com um jornal de Hamburgo, Woody Allen considerou "estúpida" a ação do Femen e se comprometeu a retornar ao palco nesta quarta-feira, como estava previsto. O cineasta americano, que também é clarinetista de jazz, se apresentava com a New Orleans Ensemble na Filarmônica de Elba, mesmo local em que os líderes do G20 assistiram a um concerto no fim de semana passado.
As acusações de Dylan Farrow sobre as supostas agressões sexuais de Allen quando era criança perseguem o ator há vários anos. O caso foi divulgado pela primeira vez quando o cineasta se separou de Mia Farrow, mãe de Dylan, para viver com uma filha adotiva da atriz, Soon-Yi Previn, que na época tinha 21 anos.
Um juiz de Nova Iorque concluiu, durante a batalha judicial pela custódia dos filhos de Allen e Farrow, que as acusações de agressão sexual não eram "conclusivas". Mas Dylan Farrow insistiu publicamente em 2014. O diretor chamou imediatamente as acusações de "falsas e vergonhosas". O caso ressurgiu no Festival de Cannes de 2016, depois que o filho do cineasta, o jornalista Ronan Farrow, publicou um artigo no qual denunciava "o silêncio" a respeito do passado de seu pai.