Autora trata romance "O Canto de Aia" como ficção especulativa
Margaret Atwood rejeitou que livro fosse rotulado como ficção científica
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De fato, o livro, que ganhou novo fôlego com a série de TV, tornou-se profético depois da eleição de Donald Trump, alçando Margaret a uma posição de profetisa. "O que o torna tão moderno é o retrato do totalitarismo americano", comentou. Ambientado em um futuro próximo, o enredo mostra um país onde não existe imprensa, ou mesmo cultura. Atos banais tornaram-se crimes, como cantar qualquer canção que contenha palavras proibidas pelo regime, como "liberdade".
Nesse Estado teocrático e totalitário, as mulheres são as vítimas preferenciais, anuladas por uma opressão sem precedentes. O nome dessa república é Gilead, mas já foi chamada de EUA. "Quando escrevi, eu vivia em Berlim, nos anos 1980. O muro ainda dividia a cidade e nada indicava alguma mudança - mal sabíamos que, cinco anos depois, ele seria derrubado", observou. "Hoje, sentimos que é uma realidade possível. Vivemos uma era de mudanças". No Brasil, o livro chegou em 1987, pela Marco Zero, como A História da Aia.