Autoridades e classe artística se despedem de Eva Sopher no Theatro São Pedro
Para as pessoas presentes é unanime que ela deixou um legado de perseverança, garra e força de vontade
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• A trajetória de Eva Sopher
O Presidente da Associação Amigos do TSP, José Roberto Diniz de Moraes, destacou que Dona Eva mostrou que não se pode se apequenar diante da dificuldades. "Ícone da cultura do Brasil, era propositiva e dinâmica, deixando como legado o desafio de continuarmos a realizar um trabalho tão eloquente para o Estado". Já o diretor artístico da Orquestra de Câmara Theatro São Pedro, Antônio Carlos Borges-Cunha, lembra que Dona Eva sempre respeitou a autonomia dos artistas, dando apoio nas decisões e aplaudindo depois. Para o regente, a música era a arte que a presidente mais gostava.
Nascida em 18 de junho de 1923, em Frankfurt, na Alemanha, Eva Sopher e seus pais fugiram do nazismo para o Brasil nos anos 30. Em 1960, ela fundou em Porto Alegre uma filial da “ProArte Sociedade de Artes Letras e Ciências”, iniciativa que começou em São Paulo e organizava eventos culturais internacionais. Em pouco tempo, o resultado já apareceu e ela conseguiu promover temporadas com até 24 espetáculos do mais alto nível na capital gaúcha. Já com o Theatro São Pedro, a empreendedora cultural instituiu na região um espaço excepcional para artistas locais iniciantes e estrelas internacionais.
Ao longo de sua vida, ela recebeu diversas homenagens locais por seu trabalho, como os títulos de “Personalidade do Ano” (Porto Alegre) e “Cidadã Honorária do Estado” (Rio Grande do Sul). Mas sua atuação também foi reconhecida internacionalmente e já em 1970 ela foi condecorada pelo presidente da Alemanha por promover difusão cultural entre Brasil e Alemanha com a Bundesverdienstkreuz Erster Klasse (Cruz de Honra ao Mérito da República Federal da Alemanha, Primeira Classe).