Betse de Paula revela Sebastião Salgado em Gramado
Em coletiva de imprensa, diretora Betse de Paula fala sobre o documentário "Revelando Sebastião Salgado"
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Durante a conversa com os jornalistas, Betse contou sobre os três dias em que gravou na casa de Sebastião Salgado, em Paris. “O Tião conta muita bem as histórias e por isso temos muito material gravado apesar do pouco tempo. Foi difícil o trabalho decidir o que ficaria de fora”, confessa a diretora. Nos 75 minutos de filme, são revelados aspectos até então desconhecidos da trajetória do mineiro que decidiu se dedicar à fotografia quando foi estudar na Europa acompanhado da esposa – e parceira de trabalho até hoje – Lélia Wanick, na década de 1970.
Entre as revelações, Sebastião Salgado conta de experiências como o atentado ao então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, em 1981, e do seu processo de transição entre a fotografia analógica e as ferramentas digitais. Em pouco tempo de filme, já é possível perceber características pessoais de Salgado que refletem diretamente no seu trabalho. Uma delas é a mania pela organização. Desde os quadros da parede do apartamento onde vive, que são alinhados com o auxílio de um nivelador, até as gavetas onde guarda os antigos negativos dos filmes devidamente datados e catalogados, Sebastião Salgado dá mostras de que a formação como mestre em Economia influencia no seu dia a dia até hoje.
Entre fotografias em preto e branco, marca do trabalho de Salgado, em diferentes locais do mundo, o documentário apresenta, ainda, a relação do fotógrafo com o filho Rodrigo, que tem Síndrome de Down e do papel social que ele percebe nos registrados que faz por trás das lentes.