Bienal de São Paulo aposta na diversidade para dialogar com público

Bienal de São Paulo aposta na diversidade para dialogar com público

As portas do Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque do Ibirapuera, se abrem nesta quarta, dia 6 de setembro, para a 35ª edição do evento

AE

A mostra tem 121 participantes e cerca de 1.100 obras e pode ser vista como uma 'Bienal da descentralização'

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As portas do Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque do Ibirapuera, se abrem nesta quarta, 6, para a 35ª Bienal de São Paulo - Coreografias do Impossível. A mostra tem 121 participantes e cerca de 1.100 obras e pode ser vista como uma "Bienal da descentralização". 

A visão descentralizada está marcada na curadoria horizontal realizada por Diane Lima, Grada Kilomba, Helio Menezes e Manuel Borja-Villel. "Foi uma experiência nova, um risco que a Fundação Bienal decidiu correr, baseada nas competências individuais dos participantes do coletivo", explica José Olympio Da Veiga Pereira, presidente da fundação. "Apostamos que aquele grupo heterogêneo, que nunca tinha trabalhado junto e não teria liderança, seria capaz de entregar a proposta curatorial que apresentou. Fico feliz que nossa aposta tenha dado certo e que o risco tenha valido a pena."

O resultado é uma Bienal mais diversa, nem tanto por destacar criadores negros, indígenas ou dar espaço para coletivos menores. Mas porque, ao horizontalizar a curadoria, esta edição revoluciona os impactos que gera - afinal, trata-se da maior mostra de arte contemporânea do Hemisfério Sul e das Américas.

Uma amostra disso é vista já no Andar Verde do pavilhão. A instalação do cineasta e artista filipino Kidlat Tahimik, que discute neocolonialismo em suas obras audiovisuais, é uma espécie de narrativa contra a colonização. A peça "propõe um friso improvável que dispõe, lado a lado, figuras mitológicas ancestrais: Igpupiara (termo tupi que significa monstro marinho) e Syokoy (espécie de homem-sereia), originárias respectivamente de povos indígenas brasileiros e povos filipinos". A instalação feita de materiais como troncos de árvores, cerâmica e palha mostra um encontro violento entre os povos originários e os colonizadores.

Estratégias 

E, como o papel da arte é também nos fazer pensar sobre o que estamos vendo e vivendo, a escolha por "coreografias do impossível" como tema deixa claro que existe um movimento de diversos artistas e grupos dispostos a disputar espaços canônicos como o da Bienal. "As coreografias do impossível nos ajudam a perceber que diariamente encontramos estratégias que desafiam o impossível, e são essas estratégias e ferramentas para tornar o impossível possível que encontraremos nas obras dos artistas", diz José Olympio Pereira.

"(Está claro) Como determinadas práticas sociais e artísticas encontram estratégias para driblar os efeitos nos modos de se manifestar, expressar e construir arte", comentou Diane Lima, uma das integrantes do coletivo de curadores, na época da apresentação de uma primeira lista de artistas que participariam da mostra deste ano.

35ª Bienal de São Paulo

Parque do Ibirapuera. Portão 3.

Pavilhão Ciccillo Matarazzo. Abertura 4ª (6). 3ª, 4ª, 6ª, dom, 10h/19h. 5ª e sáb., 10h/21h. Gratuito. Até 10/12.


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