Bienal do Mercosul: “Trauma, Sonho e Fuga”

Bienal do Mercosul: “Trauma, Sonho e Fuga”

Evento de Artes Visuais tem abertura para o público em geral a partir desta sexta-feira, dia 16

Arte & Agenda

Instalação "Batimento", de Tulio Pinto, com faixas alaranjadas, pode ser vista em diversos pontos da Avenida Borges de Medeiros

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“Trauma, Sonho e Fuga’ é o convite e o tema da 13ª Bienal do Mercosul. Após dois anos de pandemia, a exposição oferece o reencontro com arte e a oportunidade de refletir sobre momento atual da sociedade. Esta edição reconhece nos traumas – individuais ou coletivos – o maior combustível da arte de todos os tempos e entende os sonhos como um estratagema para a fuga. A cerimônia de abertura, para convidados, é nesta quinta-feira, às 18h, e para o público em geral, na sexta-feira.

Quem circulou pela cidade nos últimos dias pode perceber que algo diferente já estava acontecendo, com a instalação de Túlio Pinto, chamada “Batimento”, que interfere poéticamente, com faixas alaranjadas, na paisagem da Avenida Borges de Medeiros, oferecendo a possibilidade de sonhar dentro do inusitado e impacto de sua obra. Outra obra que se destaca é a cabeça gigante do artista catalão Jaume Plensa disposta na frente da Fundação Iberê. Uma arte potente que convida a uma reflexão sobre a dimensão do homem e em sua relação com o meio ambiente.

As duas obras são o prenúncio da promessa do curador geral Marcello Dantas ao dizer que a Bienal irá oferecer o impacto no imaginário comum, por meio da ativação do onírico, dos sonhos e dos delírios, abrindo portas para o escape de uma condição imposta a todos nós. “Trabalhando na fronteira entre a arte e a tecnologia, o curador-geral desta edição, a mostra acontecerá em cinco plataformas distintas, cada uma objetivando atingir uma combinação de públicos diferentes e conteúdos originais, provocando de forma disruptiva, sensorial e reflexiva”, pontua Dantas.

Participam da Bienal 100 artistas de 23 países. Dentro deste grupo, pode-se destacar alguns:

Tino Sehgal

Tino Sehgal, britânico radicado em Berlim, reconhecido por suas performances de situações construídas – nomeadas por ele como interpretações. Ele apresenta “This Element, que ocorrerá em diferentes espaços expositivos da Bienal. As suas interpretações focam gestos transitórios e sutilezas sociais de experiências vividas, provocando reflexões em torno de questões sociais, políticas, econômicas.

Marina Abramovic

Da famosa artista sérvia Marina Abramovic será exibida “Seven Deaths”, no Margs, que recria em vídeo cenas de mortes da cantora greco-americana Maria Callas. A trilha sonora é composta por óperas da cantora lírica, como “La Traviata”. Ao expor de forma radical condições relacionadas ao trauma, à dor, à violência e à autoridade em suas obras, Marina se aproxima da temática da Bienal.

Lygia Clark

Também no Margs, a exposição compartilhará, pela primeira vez, trechos do diário clínico da mineira Lygia Clark (1920-1988), umas das mais importantes artistas do século 20. Serão exibidos objetos relacionais confeccionados por ela e utilizados nas sessões de arteterapia com seus pacientes.

Jaume Plensa

Na Fundação Iberê, Jaume Plensa, um dos escultores contemporâneos de maior relevância, terá mostra individual na Fundação Iberê Camargo. Além da escultura que recebe o público, poderão ser conferidos 12 trabalhos compostos de diferentes materiais como resina, aço, ferro, vidro e náilon.

Rafael Lozano-Hemmer

O mexicano-canadense Rafael Lozano-Hemmer exibirá cinco obras interativas criadas a partir de seus conhecimentos como cientista físico-químico no Farol Santander. Por meio de dispositivos tecnológicos que coletam em tempo real dados biométricos do espectador, como frequência cardíaca e respiração, suas obras são ambientes responsivos. O Instituto Ling recebe “Hypnopedia”, projeto colaborativo do artista mexicano Pedro Reyes. A proposta é apresentar uma enciclopédia de sonhos por meio de filmes feitos a partir de memórias oníricas.

A ideia que motiva a Bienal

O curador-geral Marcello Dantas ressalta que esta edição da Bienal do Mercosul nasceu do desejo profundo de criar uma situação presencial forte entre as pessoas.

“A arte como algo que pudesse ser vivido fisicamente, com a participação do público e dos vetores que estão ligados à exposição”. Para ele, a Bienal não é sobre a pandemia, mas sobre como a sequência de experiências de impacto global afetam o indivíduo. “Como um evento do outro lado do mundo pode afetar meu sonho, minha estratégia de vida, algo que me aconteceu, e eu não sei como falar a respeito”, reflete.

Entre as ações para traduzir a proposta da Bienal é o mapeado de poéticas que usam a arte para tratar do indizível. Para Dantas, as pessoas precisam encontrar um caminho e uma forma de tornar tangível um sentimento a partir de uma sequência de experiências vividas. O impacto disso é algo latente no mundo e como isso aparece nos sonhos, no inconsciente, interessa e é tema desta Bienal.

Artistas, locais e horário de visitação:

A 13ª edição da Bienal do Mercosul ganha abertura para o público em geral, nesta sexta-feira, dia 16, com a participação de 100 artistas de diferentes países. Visitação até 21 de novembro.

Centro Histórico

Cais do Porto: Armazém A6: (Av. Mauá, 1050). De terça a domingo das 9h às 19h, com última entrada às 18h. Adrianna Eu; Antonio Tarsis; José Bento; Karola Braga; Leandro Lima; Lucas Dupin; Luisa Mota; Marilá Dardot; Panmela Castro; Raphael Escobar; Sigismond de Vajay & Kevin Lesquenner + LAPSo; Tino Sehgal.

Casa de Cultura Mario Quintana (Andradas, 736). De terça a domingo, das 10h às 20h. Anna Costa e Silva & Nanda Félix; Carlos Nader; C. L. Salvaro; Felippe Moraes; Fyodor Pavlov-Andreevich com Olga Treivas; Héctor Zamora; Janaina Mello Landini; Karola Braga; Mazenett Quiroga; Panmela Castro; Quase-Oração.

Casa da OSPA (Av. Borges de Medeiros, 1501). Diariamente, das 8h30 às 12h e das 13h30 às 18h. Paulo Nenflidio.

Farol Santander (Sete de Setembro, 1028). De terça a domingo das 9h às 19h, com última entrada às 18h. Edson Pavoni; Julius von Bismarck; Rafael Lozano-Hemmer e Walid Raad.

MARGS (Praça da Alfândega, s/n). De terças a domingos, das 10h às 19h. Ana Vitória, Leticia Monte e Carolyna Aguiar; Cássio Vasconcelos; Denise Milan; Dora Smék; Gabriel de la Mora; Juliana Góngora Rojas; Karola Braga; Lídia Lisboa; Lygia Clark; Luzia Simons; Marina Abramovi; Martin Soto Climent; Nico Vascellari; Panmela Castro; Rabih Mroué; Tino Sehgal; Vivian Caccuri.

Memorial do RS (Praça da Alfândega, s/n). De terça a domingo das 9h às 19h, com última entrada às 18h. "Trajetórias: 25 anos da Bienal do Mercosul".

Paço Municipal (Praça endereço) De segunda a sexta-feira, entre 8h30 e 12h e, depois, entre 13h30 e 17h30min. Pedro Matsuo .

Circuito de Arte Urbana:

Gustavo Prado (Largo Moacyr Scliar); Túlio Pinto (Avenida Borges de Medeiros); Hector Zamora (Travessa dos Cataventos) e Carlos Nader (Cúpula CCMQ).

Fundação Iberê Camargo (Padre Cacique, 2000), Bairro Cristal. De quinta-feira a domingo, das 14h às 19h (última entrada às 18h). Jaume Plensa

Instituto Caldeira (Tv. São José, 455) Bairro Navegantes. De terça a domingo das 9h às 19h, com última entrada às 18h. Bruno Borne; Cesar & Lois; Craca; Elias Maroso; Esfincter; Estela Sokol; Fernando Sicco; Franco Callegari; Gabriela Mureb; Guto Nóbrega; Ivan Caceres; Leandra Espírito Santo; Nati Canto; Nídia Aranha; Pedro Carneiro; Pierre Fonseca; Poema Mühlenberg; Vítor Mizael

Instituto Ling (João Caetano, 440), Bairro Três Figueiras. De terça a sábado das 10h30 às 20h. Pedro Reyes; Beatrice Wanjiku; Shabu Mwangi.

 


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