Biografia de João Gilberto Noll é lançada na FestiPoa Literária
Evento on-line neste domingo conta com a presença do autor, o jornalista Flávio Ilha e do escritor e crítico literário José Castello
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A biografia de João Gilberto Noll, “João aos Pedaços”, escrita por Flávio Ilha e editada pela Diadorim, tem lançamento neste domingo, pela FestiPoa Literária. Com participação do crítico José Castello e do autor da obra, que também lançou em 2018, “Longe Daqui, Aqui Mesmo”, e um ano depois “Ralé”, finalista do Prêmio Açorianos 2020, tem transmissão gratuita às 16h deste domingo, pelo canal do Youtube e redes sociais do evento.
Leitor assíduo de Noll, Flávio Ilha demostra sua admiração pelo escritor, desde “O Cego e a Dançarina”, quando passou a acompanhar seu trabalho. Só foi conhecê-lo pessoalmente em 2016, ao cursar uma de suas oficinas literárias, quando os dois iniciaram um processo juntos: Flavio propôs a produção de um documentário sobre sua história literária, que seria feito a partir das tradicionais caminhadas do escritor no centro de Porto Alegre, e também de leituras de trechos de seus livros por convidados. “Noll inclusive já havia selecionado alguns trechos para ler, estava empolgado, mas morreu antes de conseguirmos dar início ao projeto. Como não seria possível fazer o trabalho sem ele, decidi transformar em uma biografia. Comecei aos poucos, tateando, procurando pessoas. Só engrenou mesmo em 2019”, afirma.
Além das dezenas de entrevistas, o pesquisador teve acesso a cartas e documentos pessoais, cedidos pela família e amigos. Noll, que venceu cinco vezes o Jabuti, mais importante prêmio literário do país, era reservado e avesso à vida social. Iniciou carreira literária na coletânea “Roda de Fogo” (1970), mas lançou seu primeiro livro individual dez anos depois. Nascido em Porto Alegre, em 1946, lançou 19 livros em 37 anos de carreira, traduzidos para o inglês, espanhol, francês, italiano e hebraico. Em 1969, transferiu-se para o Rio, morou em São Paulo alguns meses, de onde fugiu devido à perseguição da polícia política da ditadura, e regressou à capital gaúcha em 1986, onde morreu em março de 2017. Seu romance “Harmada” está na lista dos 100 livros essenciais brasileiros em qualquer gênero e em todas as épocas da Revista Bravo.