Brasileiro "Gabriel e a montanha" é premiado em Cannes

Brasileiro "Gabriel e a montanha" é premiado em Cannes

Longa de Fellipe Barbosa venceu dois prêmios da Semana da Crítica

AFP e Correio do Povo

Obra reconta os últimos dias do jovem Gabriel Buchmann na África

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Único longa-metragem nacional no festival de Cannes 2017, o filme "Gabriel e a montanha" ganhou dois prêmios da Semana da Crítica nesta quinta-feira. A produção dirigida por Fellipe Barbosa conquistou o Prêmio Revelação France 4, por sua “criatividade”, e o troféu Fundação Gan, uma ajuda financeira para sua distribuição na França. O filme teve boa acolhida do público – nas duas primeiras sessões, para o público e a imprensa, foi aplaudido.

A obra reconta os últimos dias do jovem Gabriel Buchmann na África. A história desse economista carioca de 28 anos que decidiu dar a volta ao mundo antes de retomar seus estudos em uma prestigiosa universidade americana comoveu o Brasil. Quando estava prestes a terminar sua aventura, em 17 de julho de 2009, ele desapareceu. As autoridades levaram quase 20 dias para encontrar seu corpo no monte Mulanje, no Sul do Maláui, onde havia morrido de hipotermia.

Ao receber o prêmio, Barbosa, um amigo de infância de Buchmann, agradeceu "a toda a equipe por ter me acompanhado nesta viagem louca". "Chegamos até o topo [...] Não sei como conseguimos", acrescentou. O diretor também agradeceu à namorada de Buchmann por sua "confiança e sua generosidade" ao ajudar na preparação do filme. João Pedro Zappa, o ator que interpreta o personagem principal, disse no palco: "é um sonho, estou sem palavras".

O cineasta decidiu reconstruir os últimos 70 dias de vida de seu amigo, desde que chegou ao Quênia até seu trágico fim no Malauí, passando por Uganda e Tanzânia. Esta viagem iria servir para Buchmann estudar a pobreza no continente africano. Para isso, documentou exaustivamente tentando "seguir os seus passos", contou nesta semana. "Usei muito as suas fotos, que estavam (na câmera) perto do seu corpo, seu diário de viagem e os e-mails" que enviou para amigos e familiares.

O prêmio máximo do evento paralelo ao maior festival de cinema ficou com o documentário do francês Emmanuel Gras - foi a primeira vez que um filme do gênero competiu. O filme explica a história de um trabalhador congolês que percorre quilômetros carregando carvão para vender na cidade. Quase sem diálogos e narração, este filme é uma ode ao trabalho e ao esforço. "Há beleza no esforço", afirmou o diretor. Este ano, entre os sete filmes que disputam o prêmio máximo, destacam-se outros dois latino-americanos, o venezuelano "La familia" e o chileno "Los perros"

O diretor brasileiro Kleber Mendonça Filho, que concorreu à Palma de Ouro em 2016 com "Aquarius", é o presidente do júri da Semana Crítica. Sobre o filme, ele disse horas antes que se tratava de uma produção incomum, já que na "história recente do Brasil não se tem feito filmes de brasileiros no exterior". O cineasta também aproveitou sua participação no festival para criticar o presidente Michel Temer.

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