Brasileiros são conservadores e machistas, segundo historiadora
Mary Del Priore conversa com o público e autografa hoje "Histórias Íntimas", na Feira do Livro
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No dia cujo tema é “sexo, corpo e saúde”, a autora de “Histórias Íntimas: Sexualidade e Erotismo na História do Brasil” (Editora Planeta) traz um panorama do erotismo e da intimidade no Brasil. Às 19h, Mary e a jornalista Tânia Carvalho batem um papo com o público na Sala dos Jacarandás, Memorial do Rio Grande do Sul. Às 20h30min, ela concede autógrafos.
O livro, lançado em abril, permanece no topo dos livros de não-ficção mais vendidos.“Nós, brasileiros, passamos na vida pública uma ideia de que somos moderninhos, mas, na vida privada, somos machistas e conservadores. Essa cara dupla que proponho debater no livro”, explica Mary del Priore. “Não podemos nos achar modernos, se ainda hoje há homossexuais sendo surrados em plena via pública”, afirma a escritora.
Em “Histórias Íntimas”, Mary mostra como a sexualidade e a noção de intimidade foram mudando ao longo do tempo, influenciadas por questões políticas, econômicas e culturais, e passaram de um assunto a ser evitado a todo custo para um dos mais comentados nos dias de hoje. “A mulher é extremamente machista. Fora de casa, é independente. Mas, em casa, não gosta que o marido lave louça, não deixa o filho arrumar a cama e implica com a namorada do filho. A brasileira se identifica com as mulheres-fruta, e é escrava do espelho. Nós mulheres não estamos fazendo a nossa parte”, sentencia.