Câmera Record retrata o agravamento da fome no Brasil

Câmera Record retrata o agravamento da fome no Brasil

Programa viaja para as três capitais com maior perda de renda, contando histórias de quem não tem o que comer em João Pessoa, Cuiabá e Rio de Janeiro

Correio do Povo

Fila de doação de ossos em Cuiabá

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Neste domingo, o Câmera Record viaja a João Pessoa, Cuiabá e Rio de Janeiro para mostrar o drama de quem vive não sabe se vai comer no dia seguinte. E o podcast do programa conversa com um economista sobre a perda de renda dos brasileiros e soluções para combater a miséria e a fome. Com apresentação  de Marcos Hummel, o programa vai ao ar às 23h45min, na Record TV.

Desde o início da pandemia de Covid-19, a crise piorou a vida do mais pobre. De um ano para cá, o número de brasileiros vivendo com R$ 275 por mês saltou de 20 para mais de 24 milhões. Com essa renda, não há garantia de que vão comer no dia seguinte, de acordo com um estudo Observatório das Metrópoles. É o retrato do agravamento da fome no país. As três capitais retratadas no Câmera Record são aquelas onde mais famílias perderam renda e deixaram de fazer três refeições ao dia. 

E em Cuiabá (MT), conhecida como a capital do agronegócio, com o maior rebanho do Brasil, tornou-se comum um corte de carne chamado ossinho - pedaços da costela dianteira do boi, geralmente usados para fazer sopa. O quilo custa R$ 5. Em um açougue, os ossinhos não são vendidos, são doados. A ordem da dona é deixar ao redor deles um pouco de carne e gordura. Centenas de famílias fazem fila para receber os ossos. A doação de mais de 400 sacos acontece duas vezes por semana.  

Desde que perdeu o emprego de ajudante em um salão de beleza, no final do ano passado, Daniele passou a depender de doações e a cozinhar com álcool combustível - embora o risco de queimaduras seja bastante conhecido. Mesmo assim, na maior do tempo ela usa o fogareiro, porque não tem dinheiro para o gás. Os ossinhos, pelos menos por ora, garantem proteína na mesa de sua família. 

No Rio de Janeiro, centenas de pessoas se enfileiram para ter outra fonte de proteína que vai fazer a diferença na mesa: o peixe. Quase meia tonelada espera pelos moradores. A fila se forma ainda de madrugada no coração do Jacarezinho, zona Norte do Rio - embora a distribuição de peixes só comece depois das 7h. "Como eu fiquei desempregada, o jeito é correr atrás para pelos menos dar alimento aos filhos. E se não fosse o peixe, a gente não ia comer nada. Só arroz", revela Daiana, de 34 anos. 

Em João Pessoa (PB), o programa conta a história de Silvana. Não é a primeira vez que ela enfrenta a fome. Aos oito anos, sentiu a dor de não ter comida no prato. No ano passado, na gravidez do filho mais novo, o fantasma da escassez voltou a rondar a família. "Quando eu tenho alguma coisa, é pouco, mal dá para alimentar os meninos de casa, meus filhos, aí eu prefiro dar a eles e ir dormir sem comer. Cheguei a comer comida do lixo. Comi, trouxe para casa, eles comeram. Por isso eu não tive o leite materno para dar", conta. Sua principal preocupação continua sendo o mais novo, Antony Gabriel, de nove meses. Como não tem dinheiro para o leite, Silvana prepara uma massa para ele. Uma mistura à base de amido de milho e farinha de arroz. "É o que eu tenho hoje", resume. 

E no podcast do Câmera Record, a jornalista Renata Garofano conversa com o diretor da Fundação Getúlio Vargas Social, Marcelo Neri. O economista fala sobre a perda de renda dos brasileiros, o aumento da pobreza e da fome no país. Marcelo também sugere caminhos necessários para o país vencer a fome. Disponível na página oficial do Câmera Record no portal R7.com e nas principais plataformas de áudio. 

 


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